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AMÉRICA LATINA
Fidel leva o ex-presidente americano a centro de biotecnologia
Carter encontra dissidentes em Cuba
DA REDAÇÃO
O ex-presidente dos EUA
Jimmy Carter (1977-1981), em seu
segundo dia de uma histórica visita a Cuba, se encontrou ontem
com líderes da dissidência interna
que estão buscando apoio para
reformas pró-democracia no sistema comunista de partido único.
Carter também visitou, acompanhado do ditador Fidel Castro,
um centro de biotecnologia. Fidel
havia instado Carter na véspera a
inspecionar livremente todos os
laboratórios e centros de pesquisa
biotecnológica da ilha, para contestar a acusação feita pelo governo americano de que o país estaria produzindo e comercializando
armas biológicas.
Carter é o primeiro presidente
americano, no poder ou fora dele,
a visitar Cuba desde 1928. Os EUA
mantêm desde 1962 um embargo
comercial contra a ilha comunista, ao qual Carter se opõe.
Logo pela manhã, o ex-presidente se reuniu por uma hora e 15
minutos com os dissidentes Elizardo Sánchez e Oswaldo Payá
-este lidera uma campanha para
pressionar Fidel a permitir um referendo questionando o regime
de partido único.
Na sexta-feira, Payá entregou à
Assembléia Nacional um abaixo-assinado com mais de 11 mil assinaturas a favor da consulta popular. A quantidade de assinaturas
coletada é maior que o exigido pela Constituição para pedir um referendo. O governo, até agora,
vem ignorando a campanha.
Carter deve permanecer em Cuba até sexta-feira e deverá fazer
hoje uso de uma pouco usual
prerrogativa para mandatários
estrangeiros, ao pronunciar um
discurso transmitido em cadeia
de rádio e TV. Segundo Fidel, o
ex-presidente estará livre para
"dizer o que quiser dizer", ainda
que não esteja de acordo com suas
posições.
Carter disse ontem que não tinha evidências sobre a suposta fabricação de armas biológicas por
Cuba e disse que "qualquer um
que tenha evidências" deve aproveitar a oferta de Fidel para inspecionar suas instalações.
Liberdade
O governo dos EUA disse ontem que Fidel deveria dar à população cubana a mesma liberdade
de viajar e de falar com dissidentes que deu a Carter. "Por que ter
um padrão para um visitante e
um outro bem pior e muito mais
repressivo para sua própria população?", questionou o porta-voz
da Casa Branca, Ari Fleischer.
Com agências internacionais
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