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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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Em choque com a ANP, Hamas e Jihad ameaçam suspender trégua

DA REDAÇÃO

Os dois maiores grupos terroristas palestinos -Hamas e Jihad Islâmico- alertaram ontem que podem suspender a trégua nos ataques contra israelenses, anunciada unilateralmente no final do mês passado, se a Autoridade Nacional Palestina (ANP) continuar a campanha para desarmá-los.
O anúncio acontece em meio a crescentes choques envolvendo forças palestinas e militantes dos grupos terroristas nos últimos dias na faixa de Gaza.
"As forças de segurança palestinas lançaram uma campanha para desarmar a resistência. Essa atitude nos fará pensar seriamente em rever a nossa trégua nas ações [contra Israel]", disseram os dois grupos em comunicado.
A ANP é obrigada pelo novo plano de paz a agir contra os grupos terroristas. Porém o premiê Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, não estaria disposto a uma confrontação, temendo que a ofensiva contra os grupos terroristas culmine em uma guerra civil.
"O inimigo sionista e a ANP arcarão com a responsabilidade se continuarem a agir contra as forças de resistência e suas armas", afirma o comunicado.
Segundo um militante do Jihad, a ANP colocou mais de 600 policiais e membros de suas forças de segurança para proteger os assentamentos judaicos. Pessoas e carros estão sendo revistados.
As forças de segurança palestinas e de Israel procuravam ontem um motorista de táxi israelense desaparecido. Há suspeita de que ele tenha sido sequestrado por terroristas palestinos, com a intenção de trocá-lo por militantes presos em Israel.
Há cerca de 7.000 prisioneiros palestinos em Israel. O governo israelense concorda em libertar apenas cerca de 400. Mas se recusa a colocar em liberdade integrantes de grupos terroristas.
O Hamas e o Jihad Islâmico afirmam que se eles não forem soltos, a trégua de três meses será suspensa e soldados israelenses poderão ser sequestrados.
A questão dos prisioneiros também abalou a liderança de Mazen. Ele tem sido criticado por não ter logrado uma libertação maior de palestinos.


Com agências internacionais


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