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AMÉRICA LATINA
Manifestação ocorre às vésperas de referendo
Após marcha de 40 dias, indígenas protestam contra Petrobras Bolívia
DA REDAÇÃO
Após 40 dias de caminhada desde a região do Chaco (sul), cerca
de cem camponeses indígenas
protestaram ontem em La Paz para exigir a anulação dos contratos
de concessão da Petrobras Bolívia
em San Alberto, uma das maiores
reservas de gás natural do país.
Neste domingo, haverá um referendo sobre a exploração e a comercialização do produto.
A manifestação de ontem faz
parte de uma série de protestos
organizados por líderes indígenas, como o aimará Felipe Quispe, e por centrais sindicais contra
a realização do referendo. Eles
prometem invadir locais de votação e queimar as urnas.
Para eles, o referendo não inclui
a pergunta sobre a nacionalização
das empresas estrangeiras que
atuam na Bolívia -a Petrobras é
a maior delas, com um total de
US$ 1,5 bilhão de investimentos e
800 funcionários.
O presidente Carlos Mesa rechaça discutir a nacionalização
das empresas e diz que os contratos vigentes não serão revistos.
A consulta de domingo preocupa o Brasil. Na semana passada, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Santa Cruz de la Sierra
para demonstrar apoio a Mesa.
"Foi a visita de um neoliberal
para apoiar outro neoliberal", disse à Folha o sindicalista Roberto
de la Cruz, um dos principais líderes dos protestos contra a política
de gás que levaram à renúncia do
então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, em outubro. Seu
vice, Mesa, assumiu no lugar.
Procurada para comentar o referendo, a Petrobras informou
que não se pronuncia sobre temas
políticos e que respeitará qualquer decisão da consulta.
(FM)
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