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França busca conciliação política libanesa
Membros do governo e da oposição do Líbano se reúnem em território francês para retomar diálogo após sete meses
Conferência visa debater a formação de um governo de união entre os partidário do Ocidente e os políticos pró-Síria, hoje em pólos opostos
GILLES PARIS
DO "MONDE", EM PARIS
Será aberta hoje na França,
por iniciativa do presidente Nicolas Sarkozy, uma conferência
entre personalidades de primeiro plano do governo e da
oposição no Líbano, com o objetivo de retomar um diálogo
rompido há sete meses.
Participam do encontro,
num castelo pertencente ao governo, nas proximidades de Paris, o líder cristão pró-Síria Michel Aoun, um dirigente do
Hizbollah, o deputado Saad
Hariri, filho do primeiro-ministro assassinado Rafik Hariri,
e o dirigente druso Walid Jumblatt.
A situação libanesa é tensa
desde a demissão dos ministros
xiitas alinhados ao Hizbollah,
em novembro do ano passado,
e do início da campanha por
eles desencadeada para derrubar o gabinete pró-ocidental do
premiê Fuad Siniora.
A diplomacia francesa procura inserir o encontro no "diálogo nacional" iniciado em março
de 2006 e que não foi retomado
depois dos confrontos armados, em julho e agosto, entre o
Hizbollah e o Exército israelense, no sul do país.
O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard
Kouchner, tomou a iniciativa
de transferir a retomada do diálogo para território francês em
visita que fez em maio a Beirute. A iniciativa é qualificada por
assessores de Kouchner de
"modesta" e desprovida de segundas intenções.
"Não se trata de elaborar um
plano para solucionar a crise e
nem de definir uma agenda de
negociações", disse um porta-voz do ministro francês. O tema
a ser discutido -a crise do Estado libanês e os meios para resolvê-la- é bastante amplo para que nenhum dos participantes se sinta antecipadamente
constrangido.
A França não é eqüidistante,
na medida em que apóia o governo Fuad Siniora.
Paris se consideraria satisfeita se os participantes do encontro chegassem a um acordo sobre a formação de um governo
de união nacional que os dois
grupos julguem satisfatório,
além de discussões sobre critérios de reforma da Lei Eleitoral.
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