São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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França busca conciliação política libanesa

Membros do governo e da oposição do Líbano se reúnem em território francês para retomar diálogo após sete meses

Conferência visa debater a formação de um governo de união entre os partidário do Ocidente e os políticos pró-Síria, hoje em pólos opostos

GILLES PARIS
DO "MONDE", EM PARIS

Será aberta hoje na França, por iniciativa do presidente Nicolas Sarkozy, uma conferência entre personalidades de primeiro plano do governo e da oposição no Líbano, com o objetivo de retomar um diálogo rompido há sete meses.
Participam do encontro, num castelo pertencente ao governo, nas proximidades de Paris, o líder cristão pró-Síria Michel Aoun, um dirigente do Hizbollah, o deputado Saad Hariri, filho do primeiro-ministro assassinado Rafik Hariri, e o dirigente druso Walid Jumblatt.
A situação libanesa é tensa desde a demissão dos ministros xiitas alinhados ao Hizbollah, em novembro do ano passado, e do início da campanha por eles desencadeada para derrubar o gabinete pró-ocidental do premiê Fuad Siniora.
A diplomacia francesa procura inserir o encontro no "diálogo nacional" iniciado em março de 2006 e que não foi retomado depois dos confrontos armados, em julho e agosto, entre o Hizbollah e o Exército israelense, no sul do país.
O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, tomou a iniciativa de transferir a retomada do diálogo para território francês em visita que fez em maio a Beirute. A iniciativa é qualificada por assessores de Kouchner de "modesta" e desprovida de segundas intenções.
"Não se trata de elaborar um plano para solucionar a crise e nem de definir uma agenda de negociações", disse um porta-voz do ministro francês. O tema a ser discutido -a crise do Estado libanês e os meios para resolvê-la- é bastante amplo para que nenhum dos participantes se sinta antecipadamente constrangido.
A França não é eqüidistante, na medida em que apóia o governo Fuad Siniora.
Paris se consideraria satisfeita se os participantes do encontro chegassem a um acordo sobre a formação de um governo de união nacional que os dois grupos julguem satisfatório, além de discussões sobre critérios de reforma da Lei Eleitoral.


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