São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Visita provoca protestos de países asiáticos

DA REDAÇÃO

A visita do premiê japonês, Junichiro Koizumi, ao santuário de Yasukuni provocou reações de protesto em países da Ásia.
"A questão essencial é se os japoneses se arrependem sinceramente daquele período agressivo da história", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em uma declaração.
"Somos contrários a líderes japoneses visitarem e orarem no santuário Yasukuni." A visita, segundo o ministério, está "diretamente relacionada aos sentimentos das pessoas dos países asiáticos que sofreram, incluindo a China".
Países em toda a Ásia sofreram com atrocidades cometidas pelo Japão, desde assassinatos e tortura até o uso de mulheres como escravas sexuais, na primeira metade do século 20.
Horas antes da visita de Koizumi, 20 sul-coreanos cortaram seus próprios dedos mínimos em protesto.
Em uma cena transmitida pela emissora de televisão "YTN", de Seul, homens usaram pequenas guilhotinas e colocaram os dedos cortados sobre uma bandeira da Coréia do Sul.
O governo do país lamentou "profundamente" a visita. A Coréia do Sul se envolveu recentemente em uma disputa sobre um livro didático, apontado por asiáticos como uma tentativa de encobrir as brutalidades cometidas pelo Japão.
"O governo lamenta profundamente a visita do primeiro-ministro do Japão ao santuário de Yasukuni, um símbolo do militarismo japonês, apesar de nossas repetidas expressões de preocupação e da forte oposição dentro do Japão", disse o Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Sul em uma declaração.
"Não temos palavras para descrever a preocupação com o fato de que um primeiro-ministro homenageie criminosos de guerra que destruíram a paz mundial e causaram danos indescritíveis aos países vizinhos."
A Coréia do Sul suspendeu alguns contatos oficiais com o Japão por causa do livro didático, mas os dois países prometeram não deixar questões políticas prejudicarem seu papel de anfitriões conjuntos da Copa do Mundo de 2002. Não houve reação nas Filipinas.



Texto Anterior: Ásia: Premiê japonês visita templo controverso
Próximo Texto: Santuário simboliza nacionalismo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.