São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

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Brasil não prevê mudança em contrato da Petrobras nem calote

DO ENVIADO A QUITO

O governo brasileiro acredita que o presidente eleito do Equador, Rafael Correa, não criará obstáculos para as atividades da Petrobras nem buscará renegociar a dívida que o Estado tem com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
De acordo com fontes diplomáticas, Correa deixou claro que não incluirá o bloco 31 da Petrobras na área do centro-sul amazônico em que, de acordo com seu programa de governo, haverá uma "moratória" para projetos petrolíferos.
A posição de Correa expressada ao Brasil representa um recuo em declarações dadas durante a campanha. Em outubro, Fander Falconí, coordenador de campanha e futuro secretário de Planejamento, disse à Folha que o bloco 31 ficaria suspenso até ser revisado caso o esquerdista vencesse.
Esse bloco é criticado por ambientalistas por estar dentro do Parque Nacional Yasuní, considerado pela Unesco uma reserva mundial da biosfera. Em 2005, teve a licença ambiental suspensa, pelo atual governo, de Alfredo Palacio.
A Petrobras refez o estudo de impacto ambiental, que já foi aprovado pelos ministérios do Meio Ambiente e de Energia.
Com aprovação, a Petrobras pediu nova licença ambiental -procedimento considerado apenas formal pela empresa. A expectativa é que a aprovação seja oficializada em alguns dias. A aprovação ficou mais fácil depois que Correa decidiu manter a atual ministra do Meio Ambiente, Ana Albán.
Quanto à promessa de Correa de renegociar a sua dívida externa, o governo brasileiro avalia que sua intenção alcança apenas dívidas comerciais e com organismos multilaterais, deixando de fora o BNDES.
Como Correa expressou o desejo de negociar mais empréstimos com o BNDES durante sua visita a Lula em dezembro, o governo brasileiro avalia que o esquerdista não tentará mudar os acordos vigentes. (FM)


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