São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Líderes ocidentais pedem "moderação" à China

EUA, UE e ONU condenam uso da força contra protestos pró-Tibete, em Lhasa

Casa Branca exorta governo chinês a mostrar "provas de moderação", respeitar a cultura tibetana e buscar diálogo com o dalai lama

Sem crédito do autor/Reuters
Manifestantes jogam pedras em caminhões do Exército chinês, após escalada da violência dos protestos em Lhasa, no Tibete


DA REDAÇÃO

Estados Unidos, União Européia e as Nações Unidas exortaram a China a conter o uso da força contra manifestações pela autonomia do Tibete, na capital da região autônoma Lhasa. Os protestos, iniciados no início da semana com marchas pacíficas de monges budistas, registraram uma escalada de violência ontem. Pessoas queimaram carros e atiraram pedras na polícia, que revidou atirando. Haveria mortos, segundo relatos não confirmados.
O embaixador dos EUA em Pequim, Clark Randt, pediu ao governo chinês que "dê provas de moderação" no Tibete e que não recorra ao uso da força. Pouco antes, a Casa Branca criticou os episódios de violência e pediu que a China respeite a cultura tibetana. "Condenamos as tensões. O presidente [George W. Bush] afirma sistematicamente que Pequim precisa manter um diálogo com o dalai lama", disse o porta-voz Gordon Johndroe.
O governo chinês acusou o dalai lama-líder religioso e político tibetano- de estar por trás do avanço das manifestações em Lhasa. Do exílio no norte da Índia, ele negou as acusações e pediu o fim da violência. "Esses protestos são manifestação do profundo ressentimento do povo tibetano com o atual poder. Peço aos líderes chineses que ponham fim a esse ressentimento através do diálogo", afirmou.
Os líderes europeus, reunidos em cúpula em Bruxelas, pediram que as autoridades chinesas ajam com moderação e aprovaram um texto que exige a libertação dos manifestantes presos. "Pedimos que seja garantido o respeito aos direitos humanos. A condenação é forte e é feita pelos 27 países-membros da UE", destacou o chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner. Já a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Louise Arbour, convocou a China a aceitar os protestos pacíficos.
Esta semana é celebrado o aniversário do levante frustrado da oposição tibetana em 1959. Centenas de dissidentes exilados fizeram manifestações na capital indiana Nova Déli, em Katmandu, no Nepal, e em Lhasa, no Tibete.


Com agências internacionais.


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