São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Ativista na Índia fala em mortos e feridos em Lhasa

DE PEQUIM

O movimento pela libertação do Tibete admite que os protestos têm relação direta com a realização das Olimpíadas de Pequim, em agosto. "É uma boa oportunidade de espalhar para o mundo a nossa palavra, mostrar a nossa situação", diz Sangye, 27 (muitos tibetanos não têm sobrenome).
Ele é ativista da organização britânica Free Tibet (Tibete livre), nunca esteve na terra dos seus pais, mas se considera tibetano no exílio. Leia trechos da entrevista que ele deu à Folha, por telefone, de Dharamsala, Índia. (RJL)

Violência
Havia mais do dobro de policiais que o de manifestantes em Lhasa, segundo nos contaram pessoas que moram lá. Há dezenas de feridos e vários mortos. Muita gente ferida se refugiou em um templo. Já ouvi que o número vai de 6 a 36 mortos, mas não temos como saber. A repressão foi a maior em décadas, mas nenhuma informação segura vai sair da China agora.

Olimpíadas
Não vamos parar de fazer protestos. Não é sempre que temos a possibilidade de contar ao mundo a repressão e a falta de liberdade que existe no Tibete. Só voltarei ao meu país quando houver liberdade lá e o dalai lama puder voltar. Por enquanto, sou um refugiado.

Marcha na Índia
A Índia é uma democracia que sempre permitiu manifestações. Mas, desta vez, os cem monges que iriam começar uma longa marcha a partir daqui para chegar ao Tibete em agosto, durante os Jogos, foram presos. A Índia quer proteger sua relação com a China, por isso reprimiu a marcha.


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