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Israel dá recepção fria a Carter, que verá Hamas
Ex-presidente dos EUA não teve segurança local
DA REDAÇÃO
O ex-presidente dos EUA
Jimmy Carter (1977-81) foi recebido com frieza em Israel, a
primeira parada de sua viagem
pelo Oriente Médio. O democrata, que recebeu o Prêmio
Nobel da Paz pela mediação do
acordo de paz entre Israel e o
Egito, em 1979, não será recebido pelo premiê israelense,
Ehud Olmert. Além disso, o governo israelense não providenciou a Carter a segurança do
Shin Bet -o serviço secreto-
em sua visita à cidade de Sderot, ontem.
O tratamento pouco usual a
um ex-presidente dos EUA é
uma resposta à intenção de
Carter de se encontrar com o líder do grupo extremista Hamas
Khaled Meshaal, que vive exilado na Síria, e à publicação de
seu livro "Palestina: Paz e não
Apartheid", no ano passado -a
obra compara a ocupação dos
territórios palestinos ao segregacionismo racial que vigorou
oficialmente na África do Sul
até o início dos anos 90.
O democrata chegou a Israel
afirmando considerar importante incluir o Hamas, além da
Síria, nas negociações de paz israelo-palestinas e se ofereceu
como "canal de comunicação"
entre o grupo islâmico, seu país
e Israel. Vencedor das eleições
legislativas palestinas de 2006,
o Hamas se apoderou em junho
de 2007 da faixa de Gaza e teve
seus dirigentes expulsos da Cisjordânia, onde o laico Fatah
mantêm um governo aliado dos
ocidentais.
Sobre o encontro com Meshaal na Síria, marcado para sexta-feira, Carter afirmou querer
tratar da libertação do soldado
israelense Gilad Shalit, seqüestrado pelo Hamas em 2006. Ao
jornal israelense "Haaretz" o
pai do soldado, Noam Shalit,
afirmou que, por não ser visto
como pró-Israel, o americano
pode ajudar.
Também incomodada com o
encontro com Meshaal, a Casa
Branca declarou ontem que
Jimmy Carter não representa o
governo dos EUA em sua visita,
que faz em nome próprio e de
sua ONG, o Centro Carter.
Em Sderot, freqüente alvo de
foguetes disparados a partir de
Gaza, Carter afirmou que é "um
crime desprezível contra qualquer esforço [pela paz] matar
civis inocentes". A maior autoridade israelense a receber
Carter foi o presidente Shimon
Peres, que, segundo o "Haaretz", criticou-o duramente pelo livro "Palestina: Paz e não
Apartheid". Jimmy Carter visitará também, além da Síria, a
Cisjordânia, o Egito, a Arábia
Saudita e a Jordânia.
Com agências internacionais
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