São Paulo, sexta-feira, 15 de maio de 2009

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CRISE HUMANITÁRIA

Médicos abandonam feridos e fogem de guerra no Sri Lanka

DA REDAÇÃO

Doentes foram abandonados no único hospital da área sob controle dos Tigres Tâmeis, grupo separatista do Sri Lanka. As instalações médicas, improvisadas em uma escola, tinham sido bombardeadas por dois dias consecutivos nesta semana, deixando pelo menos 100 mortos, segundo autoridades de saúde da zona de guerra.
Grande parte dos funcionários de saúde fugiu da zona conflagrada, onde ocorre o que a ONU classificou como "banho de sangue", deixando para trás cerca de 400 feridos e dezenas de corpos não sepultados.
Pelo menos 2.400 civis escaparam ontem do bastião dos Tigres Tâmeis, reduzido a 4 km2. O porta-voz do governo, Anusha Palpita, afirmou nesta madrugada que operação, anunciada desde janeiro como "ofensiva final" contra a guerrilha, deve conquistar todo o terreno rebelde em até 48 horas.
Acossada, a guerrilha, que mantinha um governo rebelde no norte da ilha, reluta em permitir a saída de civis. Há relatos de assassinatos dos que tentavam escapar.
Os desabrigados estão sendo retidos em "campos de triagem" sob controle militar, embora sejam cidadãos do Sri Lanka. Superlotados, os campos abrigam entre 160 mil e 200 mil.
O chefe de gabinete da Secretaria Geral da ONU, Vijay Nambiar, deve chegar hoje ao país para trabalhar por uma saída que resguarde os civis. Declaração do Conselho de Segurança exortou o Sri Lanka a suspender a artilharia pesada e cobrou a rendição dos rebeldes.
Imagens de satélite e relatos de sobreviventes revelam bombardeios contínuos à zona rebelde, apesar das negativas oficiais. O conflito entre a maioria cingalesa do país e os tâmeis deixou até 100 mil mortos desde 1983.


Com agências internacionais


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