DA REDAÇÃO

O futuro premiê do Iraque anunciou que os EUA entregarão o ex-ditador Saddam Hussein e cerca de 5.000 outros prisioneiros ao país dentro de duas semanas, às vésperas da devolução da soberania. Saddam, capturado em dezembro pelos EUA, está sob custódia americana em local não revelado.
"Dentro das próximas duas semanas, todos os prisioneiros serão entregues a autoridades iraquianas e a operação de transporte será realizada", disse Iyad Allawi, que assume no próximo dia 30, em entrevista à TV qatariana Al Jazira. "Saddam e os demais serão entregues aos iraquianos."
Allawi afirmou que o ex-ditador deve ser julgado "o mais rápido possível", mas não citou datas. Em antecipação para o julgamento, o Iraque anunciou que reinstituirá a pena de morte, revogada durante a ocupação.
A lei internacional prevê que prisioneiros de guerra, como o ex-ditador, e detentos civis sejam entregues ao governo soberano de seu país de origem ao fim de cada conflito ou ocupação.
Dando continuidade a um programa para reduzir a lotação de Abu Ghraib -a prisão onde soldados dos EUA torturaram iraquianos e fotografaram os abusos-, 585 detentos foram soltos.
Segundo a TV CNN, um novo relatório oficial atribuirá a ocorrência de tortura ao fato de os guardas americanos em Abu Ghraib estarem "mal treinados" e "mal equipados". O documento, assinado pelo inspetor-geral do Exército, será divulgado na próxima semana.
Ontem, o Reino Unido anunciou que quatro de seus soldados que serviram no Iraque enfrentarão a corte marcial, no primeiro caso no país, sob acusação de agressão e "agressão indecente". A data não foi marcada.