São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2004

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EUROPA

Líderes debatem nesta semana

Após fiasco eleitoral, UE tenta aprovar Carta

DA REDAÇÃO

Os líderes dos 25 países da União Européia terão, nesta semana, o desafio de aprovar a primeira Constituição do bloco. Isso depois que a eleição para o Parlamento Europeu, terminada no último domingo, teve um comparecimento às urnas muito baixo e foi marcada por protestos contra partidos governistas, o que serviu para fortalecer os "eurocéticos".
A credibilidade dos líderes europeus estará em jogo na quinta-feira e na sexta-feira desta semana, quando eles tentarão superar as diferenças que fizeram com que a primeira tentativa de aprovar o texto constitucional fracassasse, em dezembro passado.
Com a apuração quase terminada -no que foi a maior eleição transnacional da história-, o grau de desilusão popular ficou bastante claro, já que o comparecimento às urnas foi só de pouco mais de 45% e os principais partidos governistas europeus sofreram derrotas contundentes.
"Em toda a Europa, houve o fortalecimento do uso do voto como meio de protesto contra o governo", disse Jack Straw, chanceler britânico, ao entrar numa reunião sobre a Constituição européia, em Luxemburgo. "O eleitorado de toda a Europa, inclusive do Reino Unido, disse que quer que a UE busque satisfazer seus interesses. Trata-se exatamente do objetivo do projeto de Constituição."
Na cúpula desta semana, os líderes da UE também terão de escolher o sucessor do presidente da Comissão Européia (Executivo do bloco), Romano Prodi. O problema é que eles ainda não chegaram a um acordo sobre o tema, e a decisão poderá ser adiada para julho, segundo o chanceler polonês, Wlodzimierz Cimoszewicz.
Mesmo que os líderes políticos consigam chegar a um acordo sobre a Constituição, os consideráveis ganhos eleitorais obtidos por formações "eurocéticas" no Reino Unido, na Polônia, na República Tcheca e na Suécia levantaram dúvidas sobra sua ratificação.
O Reino Unido pretende manter seu direito de veto em algumas áreas consideradas cruciais, como a defesa comum, enquanto a Polônia, o maior dos dez países que entraram na UE em 1º de maio último, não aceita a reforma do sistema de votação da UE, pois ela diminuiria seu poder.
A Alemanha e a França querem que o sistema de votação seja de maioria dupla: de votos e de população. O sistema atual favorece os Estados médios, como a Espanha e a Polônia.

Eleição
Somente pouco mais de 45% dos 350 milhões de eleitores europeus compareceram às urnas para eleger os deputados do Parlamento Europeu. Trata-se do mais baixo índice de comparecimento desde que essa eleição passou a ser direta, em 1979.
Nos dez novos países-membros da UE, a maioria do Leste Europeu, o nível de comparecimento foi de cerca de 26%. O porta-voz do Parlamento Europeu, David Harley, classificou os números de "decepcionantes e patéticos".
Várias razões foram mencionadas para explicar o fato. Segundo analistas, o maior problema é que os eleitores não sabem bem a que serve o Parlamento.


Com agências internacionais


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