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EUROPA
Líderes debatem nesta semana
Após fiasco eleitoral, UE tenta aprovar Carta
DA REDAÇÃO
Os líderes dos 25 países da
União Européia terão, nesta semana, o desafio de aprovar a primeira Constituição do bloco. Isso
depois que a eleição para o Parlamento Europeu, terminada no último domingo, teve um comparecimento às urnas muito baixo e
foi marcada por protestos contra
partidos governistas, o que serviu
para fortalecer os "eurocéticos".
A credibilidade dos líderes europeus estará em jogo na quinta-feira e na sexta-feira desta semana, quando eles tentarão superar
as diferenças que fizeram com
que a primeira tentativa de aprovar o texto constitucional fracassasse, em dezembro passado.
Com a apuração quase terminada -no que foi a maior eleição
transnacional da história-, o
grau de desilusão popular ficou
bastante claro, já que o comparecimento às urnas foi só de pouco
mais de 45% e os principais partidos governistas europeus sofreram derrotas contundentes.
"Em toda a Europa, houve o fortalecimento do uso do voto como
meio de protesto contra o governo", disse Jack Straw, chanceler
britânico, ao entrar numa reunião
sobre a Constituição européia, em
Luxemburgo. "O eleitorado de toda a Europa, inclusive do Reino
Unido, disse que quer que a UE
busque satisfazer seus interesses.
Trata-se exatamente do objetivo
do projeto de Constituição."
Na cúpula desta semana, os líderes da UE também terão de escolher o sucessor do presidente
da Comissão Européia (Executivo
do bloco), Romano Prodi. O problema é que eles ainda não chegaram a um acordo sobre o tema, e a
decisão poderá ser adiada para julho, segundo o chanceler polonês,
Wlodzimierz Cimoszewicz.
Mesmo que os líderes políticos
consigam chegar a um acordo sobre a Constituição, os consideráveis ganhos eleitorais obtidos por
formações "eurocéticas" no Reino Unido, na Polônia, na República Tcheca e na Suécia levantaram
dúvidas sobra sua ratificação.
O Reino Unido pretende manter seu direito de veto em algumas
áreas consideradas cruciais, como
a defesa comum, enquanto a Polônia, o maior dos dez países que
entraram na UE em 1º de maio último, não aceita a reforma do sistema de votação da UE, pois ela
diminuiria seu poder.
A Alemanha e a França querem
que o sistema de votação seja de
maioria dupla: de votos e de população. O sistema atual favorece
os Estados médios, como a Espanha e a Polônia.
Eleição
Somente pouco mais de 45%
dos 350 milhões de eleitores europeus compareceram às urnas para eleger os deputados do Parlamento Europeu. Trata-se do mais
baixo índice de comparecimento
desde que essa eleição passou a
ser direta, em 1979.
Nos dez novos países-membros
da UE, a maioria do Leste Europeu, o nível de comparecimento
foi de cerca de 26%. O porta-voz
do Parlamento Europeu, David
Harley, classificou os números de
"decepcionantes e patéticos".
Várias razões foram mencionadas para explicar o fato. Segundo
analistas, o maior problema é que
os eleitores não sabem bem a que
serve o Parlamento.
Com agências internacionais
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