São Paulo, Quinta-feira, 15 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

APARATO REPRESSIVO IRANIANO
Conheça as forças de segurança

das agências internacionais

Até agora, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, usou uma pequena parte do aparato repressivo à sua disposição para conter os protestos estudantis. Só entraram em ação, por enquanto, a polícia e milícias islâmicas voluntárias.
As forças de segurança iranianas são um mosaico de contornos vagos, composto de unidades militares, corpos policiais e voluntários. Os principais grupos são:
1. Guardiões da Revolução: nascidos com a Revolução Islâmica de 1979, conhecidos como Pasdaran, são uma espécie de força de elite, também chamados de "o exército verde", em alusão à cor do Islã. Com cerca de 300 mil membros, são muito motivados ideologicamente. São o corpo de segurança interna e externa mais eficaz do Irã, com forças terrestres -incluindo unidades antidistúrbios- aéreas e navais e serviços de inteligência.
2. Exército regular: herdou a estrutura do regime imperial do xá. Considerado nos anos 70 o quinto Exército do mundo, por causa de seu arsenal norte-americano, costuma rivalizar com os Pasdaran. Durante a guerra contra o Iraque (1980-1988), vários militares defenderam a fusão do Exército regular com os Pasdaran.
3. Forças de segurança internas: englobam a polícia urbana, a polícia do Poder Judiciário e a gendarmaria. Elas mantêm a ordem pública e a segurança nas cidades e conduzem a luta contra o narcotráfico. São encarregadas também de controlar o respeito ao código de vestimenta e à moral islâmica. Assim como os Pasdaran, também têm unidades antidistúrbios urbanos.
4. Milícias islâmicas voluntárias: os Bassidjis (mobilizados) são um corpo paramilitar criado pelo aiatolá Khomeini (líder da Revolução Islâmica) no começo da guerra contra o Iraque para organizar uma resistência popular aos ataques das tropas iraquianas e expulsá-las das cidades iranianas ocupadas nas Províncias do oeste do país. Khomeini afirmava contar com um corpo paramilitar popular de 20 milhões. Atualmente, os Bassidjis não superam os 5 milhões de membros. Estão vinculados aos Guardiões da Revolução.


Texto Anterior: Khatami vive novo desafio, diz analista
Próximo Texto: Em baixa: Líderes latinos perdem apoio popular
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.