São Paulo, Quinta-feira, 15 de Julho de 1999
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Venezuela espera ação de Chávez

do Conselho Editorial

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, até tem razões para sorrir: sua popularidade, embora abaixo do pico de 89%, continua a mais elevada (76%) entre seus pares.
Mas Chávez sabe que ela está associada ao pouco tempo de cargo (tomou posse em fevereiro), o que significa que o eleitorado venezuelano ainda pode esperar que ele cumpra suas promessas.
Tanto sabe que acaba de anunciar um programa de investimentos públicos de US$ 1 bilhão, uma forma de gerar, segundo ele, 400 mil empregos.
São empregos desesperadoramente necessários em um país em que 20,4% da força de trabalho está desempregada e outros 55% estão subempregados, conforme o mais recente levantamento do Cenda (Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores).
A solução política desenhada por Chávez é a eleição de uma Assembléia Constituinte.
Mas a solução pode ser parte do problema: os investidores externos estão crescentemente desconfiados de que a Constituinte colidirá com o Congresso normal.
"A Assembléia Constituinte é a raiz da incerteza", diz, por exemplo, Jorge Redmond, presidente da Câmara Americana de Comércio da Venezuela, que completa:
"Não haverá nenhum investimento (externo) ou reativação econômica no curto prazo".
Pior para Chávez, se for de fato assim: seu novo ministro das Finanças, José Alejandro Rojas, prevê uma contração econômica de entre 3% e 4% neste ano. (CR)


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