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Greve traduz caos no Equador
do Conselho Editorial
O presidente equatoriano, Jamil
Mahuad, prorrogou ontem o estado de emergência decretado depois que uma greve dos transportes jogou o país no caos.
Estado de emergência, neste caso, não é só figura institucional.
A Frente Patriótica, conglomerado formado pelos sindicatos de
transporte, de professores e pela
poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, não quer mais apenas a revogação do novo aumento dos combustíveis (já concedida). Quer
mudar toda a política econômica
ensaiada por Mahuad e que segue
o receituário neoliberal.
Foi exatamente um dos pontos
do receituário (eliminar subsídios) que desatou o caos. O governo pretendia impor novo aumento de combustíveis (13,1%), do
que resultou a greve dos transportes, à qual se somarão os professores, a partir do dia 21.
Mas aumentos e greves são apenas o pano de fundo para dificuldades econômicas que vêm de 98.
"Desde 1989, o Equador jamais
havia terminado um ano com indicadores tão ruins", escreve Carlos Cortez Castro, editor de "El Financiero", de Guayaquil.
Cortez Castro tem razão: a inflação de 98 foi de 43,4%, a mais alta
da América Latina. O dólar subiu
54,1%, mais que a inflação, "fenômeno único na história cambial
dos últimos 30 anos", sempre segundo Cortez Castro.
A economia cresceu apenas
0,8%. Consequência inexorável:
sobe igualmente o desemprego,
que já afeta entre 12% e 14% da
força de trabalho equatoriana,
sem contar os cerca de 50% de subempregados.
(CR)
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