São Paulo, Quinta-feira, 15 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Guerrilha abala Colômbia

do Conselho Editorial

A crise colombiana, que era crônica, agora é aguda. Afinal, a guerrilha luta ininterruptamente há praticamente meio século, mas só agora a turbulência institucional está afetando a relativa estabilidade econômica.
Só neste ano, o peso colombiano perdeu cerca de 25% do valor ante o dólar, para uma inflação que mal chegou a 9% (8,96% exatamente no primeiro semestre).
A queda do peso acompanha a mais recente ofensiva da guerrilha esquerdista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que causou 360 mortes.
E não há sinal de alívio. Ao contrário, a revista "La Semana" revela, em seu número desta semana, que "Mono Jojoy", o chefe militar das Farc, deu ordens para que suas tropas sitiem Bogotá.
Não é bazófia: há 15 mil guerrilheiros nos 42.139 km2 desmilitarizados pelo governo, de acordo com a negociação de paz lançada pelo presidente Andrés Pastrana. E as bordas desse território livre ficam a meros 100 km de Bogotá.
A maioria dos analistas acredita que a ofensiva das Farc é apenas uma maneira de negociar em posição de força (o reinício do diálogo pela paz será na terça-feira).
Mas, se as negociações não avançarem, será muito difícil para o Exército deslocar a guerrilha do território desmilitarizado.
Consequência possível: desestabilização em cadeia na América Latina, especialmente em países em dificuldades, como Peru, Equador e Venezuela, segundo John Sweeney, analista da ultraconservadora Heritage Foundation, em entrevista ao jornal argentino "La Nación". (CR).


Texto Anterior: Greve traduz caos no Equador
Próximo Texto: Até o Chile, país-modelo, vive recessão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.