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Putin cogita voltar à Presidência em 2012
Presidente russo diz também que há cinco candidatos com chance de vitória no pleito para a sua sucessão, em 2008
Putin, que afirmou não pretender se afastar do poder, admite que um dos presidenciáveis é o novo premiê, Viktor Zubkov
DA REDAÇÃO
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem
não descartar a possibilidade
de voltar a se candidatar à Presidência em 2012. Putin, cujo
segundo mandato consecutivo
se encerra em março do ano
que vem, não pode, legalmente,
tentar um terceiro seguido.
Mas nada o impede de voltar ao
cargo em 2012.
A declaração foi feita em encontro do russo com jornalistas
ocidentais e acadêmicos em Sochi, na residência presidencial
de veraneio às margens do mar
Negro.
De acordo com a rede britânica BBC, cuja correspondente
Bridget Kendall estava no encontro, Putin afirmou também
que pretende manter a influência política enquanto não estiver na Presidência, embora ainda não saiba como.
No mesmo encontro, o presidente russo declarou que existem agora "ao menos cinco pessoas" que podem concorrer
com chances de vitória na eleição presidencial de março próximo. Um deles, "se fizer um
bom trabalho", é o recém-nomeado premiê Viktor Zubkov.
A indicação de Zubkov, o ex-diretor da agência federal encarregada de rastrear lavagem
de dinheiro e uma pessoa sem
projeção política até então,
confundiu os analistas de política russa.
Antes de Putin o escolher para ocupar o cargo de primeiro-ministro, as apostas acerca de
quem sucederia o atual presidente caíam principalmente
sobre os dois primeiros vice-premiês do país, Sergei Ivanov
e Dmitri Medvedev.
Como a pessoa que ocupa o
cargo de primeiro-ministro é
considerada um candidato forte por poder se valer da centralização de poder característica
do regime russo, esperava-se
que Putin nomeasse um deles.
Retorno
A declaração que Putin deu
ontem não só se enquadra na
imprevisibilidade da sucessão
presidencial como reforça uma
das especulações que já haviam
ganhado força nesta semana: a
de que o próximo presidente
será alguém que não apresente
problemas para Putin numa
eventual tentativa sua de retorno à chefia do Estado, em 2012.
Há quem diga que Zubkov faria
bem esse papel, entre outros
motivos por ser, com 66 anos
de idade completados hoje,
bem mais velho que Ivanov e
Medvedev.
Mas a referência aos "cinco"
presenciáveis, além de levantar
especulações de que Putin pretende criar uma falsa atmosfera
de disputa democrática numa
eleição em que seu apoio explícito dá vantagem ao contendor,
coloca de volta no páreo nomes
como os do vice-premiê Sergei
Naryshkin e Vladimir Yakunin,
presidente da estatal ferroviária Russian Railways.
"Ele [Putin] está tentando
tornar a situação a mais confusa possível", disse ao "Financial
Times" Alexei Makarkin, analista da consultoria política
Center for Political Technologies. "Agora os membros do governo não sabem para que lado
corre e vão ficar com o presidente", completou.
Estabilidade
Ontem a Duma, Câmara Baixa do Parlamento cuja maioria
absoluta dos membros é pró-Putin, endossou por 381 votos a
47 a indicação de Viktor Zubkov para o posto de premiê.
Zubkov, que havia mencionado anteontem a possibilidade de concorre à Presidência
-"palavras certíssimas", segundo Putin- afirmou aos parlamentares que pretende colaborar com a estabilidade "social e econômica" da Rússia enquanto for primeiro-ministro.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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