São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

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Putin cogita voltar à Presidência em 2012

Presidente russo diz também que há cinco candidatos com chance de vitória no pleito para a sua sucessão, em 2008

Putin, que afirmou não pretender se afastar do poder, admite que um dos presidenciáveis é o novo premiê, Viktor Zubkov

DA REDAÇÃO

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem não descartar a possibilidade de voltar a se candidatar à Presidência em 2012. Putin, cujo segundo mandato consecutivo se encerra em março do ano que vem, não pode, legalmente, tentar um terceiro seguido. Mas nada o impede de voltar ao cargo em 2012.
A declaração foi feita em encontro do russo com jornalistas ocidentais e acadêmicos em Sochi, na residência presidencial de veraneio às margens do mar Negro.
De acordo com a rede britânica BBC, cuja correspondente Bridget Kendall estava no encontro, Putin afirmou também que pretende manter a influência política enquanto não estiver na Presidência, embora ainda não saiba como.
No mesmo encontro, o presidente russo declarou que existem agora "ao menos cinco pessoas" que podem concorrer com chances de vitória na eleição presidencial de março próximo. Um deles, "se fizer um bom trabalho", é o recém-nomeado premiê Viktor Zubkov.
A indicação de Zubkov, o ex-diretor da agência federal encarregada de rastrear lavagem de dinheiro e uma pessoa sem projeção política até então, confundiu os analistas de política russa.
Antes de Putin o escolher para ocupar o cargo de primeiro-ministro, as apostas acerca de quem sucederia o atual presidente caíam principalmente sobre os dois primeiros vice-premiês do país, Sergei Ivanov e Dmitri Medvedev.
Como a pessoa que ocupa o cargo de primeiro-ministro é considerada um candidato forte por poder se valer da centralização de poder característica do regime russo, esperava-se que Putin nomeasse um deles.

Retorno
A declaração que Putin deu ontem não só se enquadra na imprevisibilidade da sucessão presidencial como reforça uma das especulações que já haviam ganhado força nesta semana: a de que o próximo presidente será alguém que não apresente problemas para Putin numa eventual tentativa sua de retorno à chefia do Estado, em 2012. Há quem diga que Zubkov faria bem esse papel, entre outros motivos por ser, com 66 anos de idade completados hoje, bem mais velho que Ivanov e Medvedev.
Mas a referência aos "cinco" presenciáveis, além de levantar especulações de que Putin pretende criar uma falsa atmosfera de disputa democrática numa eleição em que seu apoio explícito dá vantagem ao contendor, coloca de volta no páreo nomes como os do vice-premiê Sergei Naryshkin e Vladimir Yakunin, presidente da estatal ferroviária Russian Railways.
"Ele [Putin] está tentando tornar a situação a mais confusa possível", disse ao "Financial Times" Alexei Makarkin, analista da consultoria política Center for Political Technologies. "Agora os membros do governo não sabem para que lado corre e vão ficar com o presidente", completou.

Estabilidade
Ontem a Duma, Câmara Baixa do Parlamento cuja maioria absoluta dos membros é pró-Putin, endossou por 381 votos a 47 a indicação de Viktor Zubkov para o posto de premiê.
Zubkov, que havia mencionado anteontem a possibilidade de concorre à Presidência -"palavras certíssimas", segundo Putin- afirmou aos parlamentares que pretende colaborar com a estabilidade "social e econômica" da Rússia enquanto for primeiro-ministro.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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