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De novo, paz esbarra nos assentamentos
Mediado por EUA, encontro entre palestinos e israelenses no Egito mostra poucos avanços nos temas sensíveis
Mitchell, enviado do governo dos EUA, pede extensão da moratória sobre colônias de Israel na Cisjordânia ocupada
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A SHARM EL
SHEIKH (EGITO)
O governo americano reforçou a pressão sobre israelenses e palestinos, mas não
conseguiu romper o impasse
que ameaça a retomada do
processo de paz.
O encontro entre o presidente palestino, Mahmoud
Abbas, e o premiê israelense,
Binyamin Netanyahu, mostrou alguns avanços, levando-se em conta que era apenas o segundo contato direto
entre os dois em mais de um
ano e meio de paralisia.
Mas deixou clara a dificuldade em remover o principal
entrave, a polêmica expansão de assentamentos judaicos nos territórios palestinos.
Israel decretou moratória
de dez meses nas construções, mas já declarou que as
obras serão reiniciadas no
fim do prazo, 26 de setembro.
Os palestinos ameaçam
abandonar as conversas se o
congelamento não for mantido integralmente.
Realizada no balneário
egípcio de Sharm el Sheikh, a
cúpula foi marcada por sigilo
e cautela. Abbas e Netanyahu tiveram três reuniões. Numa, estava o líder egípcio
Hosni Mubarak, em outra a
secretária de Estado dos
EUA, Hillary Clinton.
No único pronunciamento
oficial da cúpula, o enviado
dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, defendeu a manutenção da moratória. Ele não citou avanços
concretos, alegando que era
melhor manter a discrição.
Mas reconheceu as dificuldades do premiê israelense
em ceder em relação aos assentamentos, devido às pressões de seu gabinete.
"Este é um tema politicamente sensível em Israel",
afirmou o veterano negociador, pedindo ao presidente
Abbas "que dê passos para
encorajar o processo de paz".
Fontes próximas às negociações contam que o governo americano tenta convencer israelenses a limitar as
construções ao máximo, e os
palestinos a continuar a negociação mesmo que as
obras recomecem.
ESTADO JUDEU
O negociador Nabil Shaath
manteve a posição palestina.
"Para nós, não pode haver
conversas sobre o fim da ocupação enquanto a ocupação
continua se aprofundando."
Israel prefere deixar para o
fim das negociações o destino dos assentamentos, mas
insiste em incluir na agenda
um tema ligado ao acordo final, a exigência de que os palestinos reconheçam o país
como o Estado judeu.
"O que queremos é o fim
do conflito, para que não haja reivindicações futuras",
disse o secretário do gabinete
israelense, Zvi Hauser.
Hoje, as negociações prosseguem em Jerusalém.
FOLHA.com
Leia relato do enviado especial
folha.com.br/mu798869
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