São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GRANDE IRMÃO MÉDICO

Defensores dizem que dispositivo ajuda a evitar erros médicos; críticos questionam quebra de privacidade

EUA liberam implante de chip em paciente

DA REDAÇÃO

Os EUA liberaram nesta semana o implante de um chip que, aplicado sob a pele do paciente e lido com um sensor, dá acesso a sua ficha médica.
Decisão da FDA (órgão americano que regula alimentos e fármacos) permitiu à empresa Applied Digital Solutions, da Flórida, vender o chamado VeriChip para fins médicos.
Do tamanho de um grão de arroz, o dispositivo poder ser implantado no braço do paciente, num procedimento indolor, a um custo de cerca de US$ 200.
O chip não armazena o histórico médico do paciente, mas carrega um código que, ao ser escaneado, vai dar acesso a informações como tipo sangüíneo e alergias, inseridas em uma base de dados eletrônica.
A empresa afirmou que seu alvo são pessoas com diabetes, doenças cardíacas crônicas, mal de Alzheimer e que se submetam a tratamentos complexos como a quimioterapia.
Defensores argumentam que o chip vai facilitar o tratamento de pacientes em situações de emergência e diminuir a ocorrência de erros médicos.
"Um dos maiores problemas no sistema de saúde é a situação dos históricos médicos. A maior parte está em papel", disse David Ellis, diretor de tecnologia do Detroit Medical Center. "Esse tipo de tecnologia, que torna mais simples a vida do paciente, é parte do futuro da medicina."
Já os críticos dizem que o dispositivo é mais uma brecha para que o Estado vigie os cidadãos. A própria empresa já vende o chip para uso em segurança e transações financeiras.
"Se mecanismos de proteção de privacidade não forem inseridos desde o início, podem haver conseqüências danosas aos pacientes", disse Emily Stewart, analista de política de saúde. Para ela, o chip deve liberar apenas informações médicas vitais.
"O que é essa tecnologia ainda está por definir. Mas terá de respeitar as regras de privacidade", disse William Pierce, do Departamento de Saúde americano.


Com agências internacionais

Texto Anterior: América Latina: Estupro vira arma de guerra na Colômbia
Próximo Texto: Justiça: Argentina indenizará exilados da ditadura
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.