|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMÉRICA LATINA
Ex-presidente, que chegou ontem ao país após seis meses de exílio, afirmou que iria "retomar o poder"
Gutiérrez é detido ao voltar ao Equador
DA REDAÇÃO
O ex-presidente do Equador
Lucio Gutiérrez foi preso na noite
de ontem assim que desembarcou
no aeroporto de Manta (260 km
de Quito) e levado para uma cela
comum.
Gutiérrez, que estava exilado,
voltava de Bogotá, na Colômbia,
com o objetivo de "retomar o poder". Afastado pelo Congresso
equatoriano em 20 de abril, o ex-presidente desafiou uma ordem
de prisão contra ele.
Antes de deixar Bogotá, Gutiérrez disse à agência France Presse
que se sentia "imensamente feliz"
em regressar ao seu país, apesar
do anúncio do governo do presidente Alfredo Palacio de que seria
detido assim que aterrissasse.
Gutiérrez retornou acompanhado de outras 16 pessoas, entre
elas o seu irmão, o ex-deputado
Gílmar Gutiérrez, um grupo de
jornalistas e advogados de defesa.
Minutos antes de decolar, o ex-presidente disse à agência France
Presse que sabia da presença de
militares à sua espera em Manta,
mas declarou: "Nada nos deterá".
"Sou um homem livre. Poderão
me colocar na cadeia, mas a minha consciência está tranqüila.
Alfredo Palacio, pelo contrário,
sempre terá a consciência presa
ao que fez", disse Gutiérrez, sobre
o seu ex-aliado.
A volta de Gutiérrez ocorre no
momento em que Palacio -que
era o seu vice-presidente- enfrenta uma crise política desatada
pela renúncia do ministro do Interior, Oswaldo Molestina, na última quarta-feira. Foi o sexto
membro do gabinete a pedir demissão em cinco meses.
A crise obrigou Palacio a cancelar a sua participação na 15ª Cúpula Ibero-Americana, em Salamanca, na Espanha. Ontem ele
anunciou que proporá, na semana que vem, um plebiscito sobre a
convocação de uma Assembléia
Constituinte. Segundo Palacio, a
assembléia terá "plenos poderes"
para "reestruturar o Estado".
Asilo
O anúncio da renúncia de Gutiérrez ao asilo colombiano foi feito nesta semana, no lançamento
do livro "O Golpe, os Rostos da
Conspiração", em que o ex-presidente narra a sua versão do que
ocorreu em abril.
O governo de Palacio disse que
o ex-presidente deu uma "bofetada" na Colômbia, assim como fez
com o Brasil -onde também renunciou a seu asilo político.
Gutiérrez chegou à Colômbia
em 21 de setembro, vindo do Peru. Em 4 de outubro, obteve asilo
político do país vizinho.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Soldados que vão ao Haiti treinam como polícia Próximo Texto: América Central: Ortega tenta volta ao poder mirando EUA Índice
|