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VERSÃO DA CASERNA
Militares justificam derrubada de Allende; segundo livro, guerrilha preparava movimento
'Presidente socialista daria autogolpe'
da Reportagem Local
Os militares que derrubaram
Allende publicaram, após assumirem o comando do país, um livro com sua versão sobre os motivos do golpe, ao qual se referem
como "mudança de governo".
Segundo a introdução do "Livro Branco da Mudança de Governo no Chile", o objetivo foi
restaurar "a verdade sobre os sucessos do país, deliberadamente
deformada perante o mundo".
"Aqueles que, dentro do país, o
arrastaram para uma ruína econômica, social, institucional e
moral sem precedentes, e aqueles
que, fora do Chile, colaboraram
para a catástrofe, têm confabulado para ocultar e falsificar essa
verdade", afirma o texto da Secretaria Geral de Governo.
O livro expõe números que
comprovariam a derrocada econômica do Chile, como resultado
da implantação de um "governo
comunista" no país.
Inflação de 300% em 1973, queda da produção industrial de 6%
em relação ao ano anterior, aumento da dívida externa de 60%
desde 1970 (início do governo
Allende). Os dados teriam sido
coletados nas Universidades Católica e do Chile.
Nas 264 páginas da publicação,
encontrada apenas em segunda
mão, os militares afirmam que
Salvador Allende preparava um
autogolpe, devido à crescente
perda de apoio popular. "O autogolpe se daria em setembro (de
73) com a ação de grupos terroristas e paramilitares", afirma.
O treinamento estaria ocorrendo em "escolas de guerrilha",
duas delas localizadas em casas
de Allende, com auxílio de especialistas de vários países, principalmente de Cuba, da Argentina
e do Brasil.
"Calcula-se que o número oscilava entre 10 mil e 13 mil."
Para garantir o sucesso do plano, teria sido introduzida no país
"uma imensa quantidade de armamentos, estocada em locais
impossíveis de pesquisar (como
o Palácio de La Moneda e a residência do sr. Allende)".
Os equipamentos, suficientes
para armar "uns 5.000 homens",
seriam originários da Tcheco-Eslováquia e da União Soviética
(países então sob regime comunista, dissolvidos nos anos 90).
O "Livro Branco" traz fotos de
armamentos supostamente
apreendidos no palácio presidencial e na casa de Allende.
"Que o mundo julgue se os chilenos tiveram ou não o direito de
sacudir o jugo de um regime indigno, para iniciar o caminho da
restauração nacional."
(OD)
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