São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005 |
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AMÉRICA DO SUL Socialista tem 36%, contra 28% de Quiroga, a 4 dias da eleição Evo Morales confirma dianteira na Bolívia
FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DE LA SIERRA Pesquisa de intenção de voto realizada pela rede de TV boliviana Unitel e divulgada ontem mostra o candidato socialista Evo Morales oito pontos percentuais à frente do seu principal adversário, o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga, a quatro dias das eleições presidenciais. O ex-líder cocaleiro tem 36% das intenções de votos, contra 28% de Tuto Quiroga. Em terceiro lugar está o empresário Samuel Doria Medina, com 9% das intenções. Trata-se de um pequena oscilação a favor de Morales com relação a pesquisas anteriores, que apontam uma diferença de cinco a seis pontos percentuais entre os dois. Apesar do bom resultado, o partido do ex-líder cocaleiro, Movimento ao Socialismo (MAS), está em desvantagem nas cruciais eleições legislativas. De acordo com Constituição boliviana, caso nenhum candidato tenha a maioria simples dos votos, o presidente deve ser escolhido pelo Congresso entre os dois mais votados. Desde 1985 nenhum candidato a presidente conseguiu se eleger no primeiro turno. Segundo a pesquisa, o partido de Quiroga, o Podemos, deve eleger 14 senadores, contra 12 ou 13 do MAS, de Morales. Não foram divulgadas projeções para a eleição dos deputados. O partido do ex-presidente também leva vantagem na disputa de seis dos nove departamentos (Estados) bolivianos, que elegerão seu governador (chamado de "prefecto") pela primeira vez na história. A pesquisa indica que o MAS não elegerá nenhum governador. No departamento de Santa Cruz, que é o segundo mais populoso do país e o principal pólo econômico, deve vencer Rubén Costas. Apesar de não ser filiado ao Podemos, disse que "se sentiria mais cômodo" com Quiroga no Palácio Quemado, a sede do governo. A pesquisa mais uma vez mostra a divisão entre o altiplano, a oeste, e as terras baixas, a leste. No departamento de La Paz, Morales tem 53% das intenções de voto, contra 17% de Quiroga. Já no departamento de Santa Cruz, a situação se inverte: o socialista tem 19%, enquanto o ex-presidente chega a 37%. Primeira maioria A discussão sobre o segundo turno da eleição presidencial aumentou depois que o comandante-em-chefe das Forças Armadas, Marco Antonio Justiniano, defendeu que o candidato que obtiver mais votos no domingo seja escolhido presidente pelo Congresso. "É de esperar que seja respeitada a opinião da maioria, ainda que relativa, para a conformação do novo governo", disse o militar na segunda-feira. A declaração provocou críticas do presidente Eduardo Rodríguez. "Os membros das Forças Armadas estão proibidos, pela Constituição, pelas leis vigentes e pelos regulamentos militares, de realizar qualquer ação política", disse anteontem. Nesse mesmo dia, setores das Forças Armadas disseram que houve "má interpretação" das declarações de Justiniano e que os militares "respeitarão a Carta Magna, e ponto". Na semana passada, o terceiro colocado, Samuel Medina, defendeu que, se o primeiro colocado no primeiro turno levar uma vantagem de 5% sobre o segundo mais votado, deveria ser escolhido presidente. Texto Anterior: Europa: Se existir, acordo será ruim para UE, afirma ex-ministra francesa Próximo Texto: América do Sul: Retórica afeta gás boliviano, diz empresário Índice |
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