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"Não renovaremos trégua", diz Hamas
Para Khaled Meshaal, líder do grupo palestino no exílio, acordo que expira na próxima sexta foi violado por ação israelense
Na faixa de Gaza, evento em comemoração aos 21 anos do grupo reuniu centenas de milhares; Israel diz estar pronto para renovar trégua
DA REDAÇÃO
O líder do Hamas no exílio,
Khaled Meshaal, que vive na Síria, disse ontem a uma televisão
sediada no Líbano que a trégua
com Israel, em vigor desde junho, "provavelmente não será
renovada" quando expirar, na
sexta-feira. Na faixa de Gaza, o
grupo radical palestino reuniu
centenas de milhares de pessoas para a comemoração do
seu aniversário de 21 anos.
"Levando-se em conta que o
inimigo não respeita seus compromissos e mantém o assédio
contra o nosso povo, a trégua
acaba no dia 19 e não será renovada", disse Meshaal -que tratou do tema em encontro com o
ex-presidente americano
Jimmy Carter, em Damasco. O
acordo foi obtido no dia 19 de
junho, sob mediação do Egito, e
previsto para durar seis meses.
No dia 5 de novembro, no entanto, um ataque aéreo preventivo de Israel na faixa de Gaza,
para destruir um túnel supostamente construído pelo Hamas para seqüestrar soldados
israelenses, gerou reação do
grupo, que voltou a disparar foguetes para o território vizinho.
O Hamas, considerado terrorista pelo governo israelense
-e pelos EUA-, controla a faixa de Gaza desde junho de
2007, quando expulsou do território o Fatah, do presidente
da ANP (Autoridade Nacional
Palestina), Mahmoud Abbas,
que governa a Cisjordânia.
No evento comemorativo ao
aniversário do grupo -cujo público foi estimado em 300 mil
pessoas-, o líder do Hamas em
Gaza, premiê Ismail Haniyeh,
acusou Israel de quebrar os termos da trégua ao não conter a
violência e não amenizar o bloqueio econômico a que submete as 1,5 milhão de pessoas que
vivem no território. "A avaliação [do acordo] é negativa".
A comemoração foi marcada
também por ofensas aos rivais
do Fatah e a Abbas e por referências pejorativas ao soldado
israelense seqüestrado em junho de 2006 e mantido até hoje
cativo pelo Hamas -tema extremamente sensível em Israel.
O porta-voz do governo israelense disse que "Israel está
pronto para preservar os entendimentos negociados com o
Egito (...), mas não unilateralmente". Oficialmente, o país
não dialoga com o Hamas.
Israel disse ter enviado um
representante do Ministério da
Defesa ao Cairo para discutir
com negociadores egípcios a
prorrogação da trégua.
O governo israelense anunciou para hoje a adiada libertação unilateral de 227 prisioneiros palestinos, como um "gesto
de boa vontade" com Abbas.
O Conselho de Segurança da
ONU adotará hoje a primeira
resolução sobre o conflito israelo-palestino em cinco anos,
defendendo a busca pela solução que prevê dois Estados.
Com agências internacionais e
o "Financial Times"
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