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Lobo lança "diálogo de reconciliação",
mas sem zelaystas
Presidente eleito em Honduras disse que pode
se reunir com líder deposto "onde quer que seja"
DA REDAÇÃO
O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, lançou
ontem com políticos, empresários, artistas e sindicalistas um
diálogo de "reconciliação nacional" em Tegucigalpa.
Mas a agora fragilizada Frente de Resistência, de apoiadores do deposto Manuel Zelaya,
anunciou que só se juntará ao
esforço se o novo governo se
comprometer a convocar uma
Assembleia Constituinte.
Conservador do Partido Nacional, Lobo afirmou que está
disposto a conversar com Zelaya "onde quer que seja", porque
ele representa "a vontade de
parte do povo hondurenho, que
deve ser respeitada".
O eleito dedicou críticas tanto ao deposto como ao governo
golpista. De Zelaya, cobrou respeito à decisão do Congresso,
de 2 de dezembro, que rejeitou
sua restituição ao cargo, argumentando que a votação fazia
parte do acordo San José-Tegucigalpa, negociado sob auspícios dos EUA em outubro.
O deposto já havia rejeitado o
pacto por considerar que foi
rompido pelos golpistas.
Lobo atacou o governo golpista por impor condições à saída de Zelaya do país. "Falta que
ajudem e facilitem."
Ontem, o presidente interino, Roberto Micheletti, voltou
a dizer que o deposto só deixará
o país na condição de "asilado
político" -exigência que fez
ruir o plano de Zelaya de deixar
a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está desde 21
de setembro, rumo ao México.
O deposto rejeita o status
porque significaria, na prática,
que ele não ostenta mais o cargo formal de presidente de
Honduras até 27 de janeiro,
quando termina seu mandato.
Na reunião de ontem, Porfirio Lobo voltou a propor anistia
para todos os envolvidos no
golpe de Estado de 28 de junho.
Para Zelaya, que é acusado
em 18 ações na Justiça, ele defendeu a diferenciação entre
processos ligados ao golpe e investigações de malversação de
recursos públicos na sua gestão. "Se não há anistia, não há
fim da conflitividade", disse.
Na campanha, Lobo chegou a
acenar com a possibilidade de
convocar uma Constituinte,
mas ele tem evitado o tema. A
tentativa de Zelaya de fazer um
referendo para convocar uma
Constituinte -interpretada
pelos oposicionistas como
ofensiva para aprovar a reeleição- foi o estopim do golpe.
Com agências internacionais
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