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Protestos pedem saída do governador de La Paz
Movimentos sociais pedem renúncia de governadores opositores a Morales, que defendem autonomia
DA REDAÇÃO
Cerca de 5.000 manifestantes exigiram a renúncia em 48
horas do governador de La Paz,
José Luis Paredes, ontem em
El Alto, cidade na periferia da
capital boliviana.
Há oito dias, milhares de cocaleiros sitiam a cidade de Cochabamba, no centro do país,
com demanda similar, pedindo
a renúncia do governador,
Manfred Reyes Villa.
Na semana passada, morreram duas pessoas e ao menos
130 foram feridas nos choques
de rua entre simpatizantes e
opositores de Reyes Villa.
Tanto Paredes como Reyes
Villa fazem oposição ao governo do presidente Evo Morales.
A oposição acusa o presidente
de estimular as manifestações.
Os dois governadores defendem maior autonomia em relação ao governo federal, proposta votada em referendo em julho mas rejeitada em cinco dos
nove Estados boliviano -a
oposição governa seis deles.
A Federação de Associações
de Moradores (Fejuve) e a Central Operária Regional (COB)
de El Alto dirigiram a mobilização. Nazario Ramírez, presidente da Fejuve, disse que, se
até quarta o governador não renunciar, os movimentos sociais
decidirão medidas de força.
"Ele será o responsável pelos
conflitos que ocorram se não
renunciar", disse Ramírez.
Os manifestantes surraram,
queimaram e penduraram nas
ruas bonecos que representavam os governadores Paredes e
Reyes Villa e paralisaram a estrada que une El Alto a La Paz.
Paredes declarou à imprensa
que a mobilização de hoje prova que o governo Morales busca
"uma política de enfrentamento e quer uma convulsão no
país". O governador disse que é
solidário com a situação de Reyes Villa porque "querem tirá-lo à força do cargo". "Parece
que agora é a minha vez."
Reyes Villa se encontra refugiado em Santa Cruz e diz que
não voltará a Cochabamba por
enquanto por temer por sua vida. E disse que só voltará quando Morales ordenar a retirada
dos milhares de cocaleiros em
vigília no centro da cidade.
O governo nacional afirmou
ontem que ele poderia voltar
sem problemas a Cochabamba.
Com agências internacionais
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