São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Obama defende controle limitado de porte de armas; republicanos se opõem

DA REPORTAGEM LOCAL

A chacina de anteontem num campus de Illinois, quarto episódio em que jovens atiram contra estudantes nos EUA em apenas uma semana, reacende em plena pré-campanha presidencial o debate sobre o porte de armamentos no país, onde há mais de 200 milhões de armas nas mãos de civis (não é necessário possuir licença).
Nenhum dos pré-candidatos, democratas ou republicanos, se pronuncia abertamente contra o direito ao porte. Esse direito está inscrito na Constituição americana, do final do século 18, mas alguns intérpretes defendem que ele se aplica apenas a milícias, já que na época o país acabara de se tornar independente do Reino Unido.
Ontem, o único que comentou a tragédia de DeKalb foi o democrata Barack Obama, senador por Illinois e considerado o pré-candidato mais crítico em relação à legislação sobre porte de armas. Obama, que já defendeu restrições à venda no Estado, disse que é favor "do que for preciso" para erradicar a violência causada por armas, mas deixou claro que, sob certas condições, apóia o porte.
Com discurso também impreciso, a senadora Hillary Clinton costuma afirmar que "as armas precisam ficar longe de quem não deve possui-las".
Mesmo assim, Obama e Hillary são vistos com desconfiança pelos cerca de 300 fabricantes de armas e munições nos EUA, que representam um dos grupos mais influentes no Congresso e apóiam o campo republicano, no qual o direito de ter armas é visto como uma questão filosófica.
O ultranconservador Mike Huckabee é o maior defensor da Segunda Emenda da Constituição, que prevê um "Estado no qual o direito dos cidadãos de portarem armas não seja infringido". Rival de Huckabee, nas prévias republicanas, John McCain também é defensor do porte de armas. "Meus amigos portadores de armas, vocês não são criminosos. Vocês são o coração da América moderna", diz uma frase de McCain destacada no site da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês).


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