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Papa diz que igreja deve "penitência" por seus pecados
DA REDAÇÃO
Rompendo o silêncio que vinha mantendo nas últimas semanas sobre os escândalos de
pedofilia que atingem o Vaticano, o papa Bento 16 disse ontem que "a igreja deve se penitenciar pelos seus pecados".
"Agora, sob ataques do mundo que falam a nós dos nossos
pecados, podemos ver que ser
capaz de fazer penitência é uma
graça e vemos o quão necessário é se penitenciar e, ainda, reconhecer o que está errado em
nossas vidas", disse o papa durante uma missa na Santa Sé.
Isso requer que "nos abramos ao perdão, que nos preparemos ao perdão, permitindo a
nós nos transformarmos. A dor
do arrependimento, que é a purificação e a transformação, é
renovadora e trabalho do perdão divino", afirmou, sem porém se referir em nenhum momento diretamente aos casos.
O último mea-culpa de Bento
16 sobre os escândalos, que se
acumulam desde o começo do
ano em vários países europeus
e nos EUA -alguns envolvendo
ele mesmo enquanto cardeal-,
havia sido feito no dia 20 de
março, quando o sumo pontífice dirigiu carta aos católicos irlandeses sobre casos no país.
Desde o aumento das denúncias de abusos sexuais de crianças cometidos por sacerdotes, a
reação do Vaticano vinha sendo
centrada em ataques à imprensa devido a uma suposta campanha contra a Igreja Católica.
Bispos brasileiros
Também ontem, em encontro com bispos brasileiros o papa criticou o desrespeito à liturgia durante a celebração de
missas, em uma aparente referência a rituais sincréticos promovidos por padres no Brasil.
Para Bento 16, rituais que façam da missa "simples banquete fraternal" ameaçam gerar
"comunidades preocupadas
com outras coisas". "Se Cristo
não emerge da liturgia, não se
trata de liturgia cristã", disse,
segundo o catholicculture.org
O cardeal brasileiro dom
Cláudio Hummes exortou ontem em carta os sacerdotes de
todo o mundo a se unirem "para oferecer a nosso amado papa
nossa solidariedade e apoio" no
encontro internacional de sacerdotes em junho, em Roma.
Com agências internacionais
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