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Doações modestas aos sem-teto de Sichuan revoltam população
DE PEQUIM
Um dos homens mais ricos
da China, Wang Shi, 58, CEO da
Vanke, uma das maiores empreiteiras chinesas, sentiu no
bolso a mudança de comportamentos no pós-terremoto. Ele
tinha anunciado uma doação
do equivalente a R$ 500 mil para as vítimas da tragédia.
Perto do rendimento anual
da Vanke, superior a US$ 5 bilhões, a doação foi considerada
vergonhosa. Milhares de internautas xingaram o empresário
de avarento. As críticas foram
até reproduzidas pela imprensa estatal, que só reflete o que o
Partido Comunista pensa.
Na semana passada, Wang
anunciou que sua empresa irá
doar o equivalente a mais de R$
25 milhões para a construção
de casas populares para desabrigados pelo terremoto.
Dias antes, uma lanchonete
do McDonald's havia sido cercada no interior do país por um
grupo de pessoas que achou
que a rede americana de fast-food havia doado pouco às vítimas. A polícia teve de intervir.
Várias empresas, inclusive
estatais, descontaram dos salários as doações a Sichuan. Alguns empregados revelaram
que a doação à força chegou a
20% dos rendimentos.
A responsabilidade social das
empresas na China ainda é mínima e há dificuldades reais para a criação de organizações
não-governamentais, que precisam ter registro e aprovação
do regime comunista.
Doações roubadas
O governo chinês revelou na
sexta-feira que foram descobertos três casos de desvio.
Em um deles, funcionários
de uma agência bancária compraram 56 pares de tênis Nike
com dinheiro de doações. Em
outro, uma associação comercial usou o dinheiro para a compra de roupas.
(RJL)
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