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Mina caseira é novo desafio dos EUA no Afeganistão
Embora menos letal que no Iraque, tática de insurgentes tem sido aprimorada
Número de atentados é o dobro do de 2007; com 46 americanos mortos por bombas até agora, este ano deve registrar o recorde
DO "NEW YORK TIMES", NO AFEGANISTÃO
Recentemente, uma picape
que transportava policiais no
Afeganistão foi atingida por
uma bomba enterrada em uma
estrada, e os cinco afegãos que
estavam a bordo morreram.
Quando investigadores de
bombas chegaram aos destroços, o significado sombrio do
ataque ficou claro. Um dos
mortos era um comandante intransigente que vinha ajudando a combater uma rede secreta de fabricantes de bombas.
Essa é a guerra travada no
Afeganistão hoje, uma guerra
em que a morte não é medida
tanto pela precisão das balas,
mas pela astúcia das bombas.
E, embora os artefatos explosivos improvisados (AEIs) da
insurgência afegã sejam menos
poderosos ou complexos que os
do Iraque, estão se tornando
mais eficientes e sofisticados a
cada semana que passa, afirmam oficiais americanos.
Neste ano, os ataques a bomba contra tropas da coalizão no
Afeganistão chegaram ao ponto
mais alto, com 465 ocorrências
apenas em maio, mais que o dobro do mesmo mês de 2007. Ao
menos 46 soldados americanos
foram mortos por AEIs. Tudo
indica que 2009 terá o recorde
na guerra liderada por Washington, que dura oito anos.
As bombas improvisadas
vêm sendo ainda mais letais para os policiais e soldados afegãos. Se o ritmo atual se mantiver, os ataques contra forças
afegãs com AEIs poderão chegar a 6.000 no ano, sendo que
em 2003 foram apenas 81.
Só em julho, nove policiais
afegãos foram mortos por duas
ao sul de Cabul.
Com poucas estradas pavimentadas, o Afeganistão é ainda mais fértil para bombas caseiras que o Iraque, onde as vias
pavimentadas frequentemente
obrigavam os insurgentes a deixar as bombas a céu aberto.
Mesmo quando as bombas
caseiras não ferem ou matam
soldados, sua ameaça restringe
e complica a movimentação das
forças da coalizão.
Comboios
militares têm que esperar equipes de detecção de bombas que
levam uma hora para avançar
cinco quilômetros. Há poucos
helicópteros, e a maioria dos
soldados desloca-se em veículos resistentes a minas e emboscadas, mas desajeitados.
Embora esses veículos blindados sejam eficazes em proteger soldados, dois artilheiros
posicionados nas torres dos
veículos morreram recentemente, quando um deles capotou ao ser atingido por um AEI.
O Pentágono também lançou
uma campanha para atacar as
redes de fabricantes de bombas, que operam em pequenas
células espalhadas pelo país.
As bombas frequentemente
são feitas de fertilizantes e óleo
diesel, mas algumas utilizam
cartuchos de morteiros espalhados pelo campo.
Embora muitas ainda sejam
rudimentares, oficiais americanos dizem que os insurgentes
são astutos e possuem grande
poder de adaptação. Em alguns
casos, as bombas caseiras são
usadas como iscas para atrair
soldados para armadilhas.
A estratégia americana prevê
o uso da polícia afegã para colher informações, prender suspeitos de fabricar bombas e
projetar uma impressão de
competência do governo. Até
agora, reclamam oficiais americanos, muitas unidades da polícia afegã não têm se mostrado à
altura do desafio.
Tradução de CLARA ALLAIN
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