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Mundo se surpreende e
dá "dicas" sobre apagão
DA REDAÇÃO
Muitas pessoas de várias partes
do mundo se mostraram incrédulas ontem com o caos gerado pelo
apagão na maior potência industrial do mundo. Outras, acostumadas a conviver com problemas
de infra-estrutura, não entenderam como os americanos acharam tão incomum o que ocorreu.
"Blecautes são parte do nosso
cotidiano. Não consigo entender
por que houve tanta confusão nos
EUA", disse Unal Karatas, um
vendedor em Ancara (Turquia).
Em Bagdá, que passou boa parte da guerra contra os EUA sem
energia, o vendedor Ali Abdul
Hussein deu dicas aos americanos. "Fiquem sentados ao ar livre
bebendo chá e fumando cigarros
enquanto esperam a energia voltar, como fazem os iraquianos."
Hussein mostrou até um certo
sentimento de vingança contra a
potência que ocupa seu país. "Vamos deixar que eles experimentem o que nós temos passado."
Na Europa e em países desenvolvidos da Ásia, muitos ficaram
surpresos com o apagão que atingiu anteontem a região nordeste
dos EUA e partes do Canadá. "Como pôde acontecer tal coisa, que
tudo desligue assim?", duvidou a
dona de casa japonesa Setsuko
Kato. "Seria um desastre aqui."
Muitos turistas tiveram de mudar os planos quando as companhias áreas cancelaram vôos para
os EUA e o Canadá. A British Airways suspendeu nove decolagens,
o que afetou 1.400 passageiros.
"Você não pode me dizer que
boa parte dos EUA e do Canadá
não consegue organizar sua rede.
Isso é ridículo", disse Becky Jones,
cujo vôo para Nova York já cruzava o Atlântico e teve de voltar para
Londres por causa do blecaute.
Ian Fell, um conselheiro do governo britânico, advertiu que
uma queda de energia similar poderia ocorrer em Londres porque
as baixas tarifas de fornecimento
impedem os investimentos.
Na Libéria, que já foi a nação
mais rica de sua região na África,
o fornecimento de energia não é
feito desde 1992. Os rebeldes que
lutavam contra o ex-presidente
Charles Taylor destruíram a usina
hidrelétrica do país.
Com agências internacionais
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