São Paulo, domingo, 16 de agosto de 1998

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OUTRO LADO
Ativista vê ação anti-Islã

da enviada especial

As organizações acusadas de financiar grupos terroristas no Oriente Médio negam sua ligação com extremistas. Dizem dedicar-se apenas a atividades beneficentes ou a pesquisas sobre política e condições sociais da região.
Em entrevista à Folha, Ahmed bin Yousef, diretor da Associação Unida para Estudos e Pesquisas, falou que "algumas pessoas'', como Steven Emerson, que insistem na existência de laços entre sua organização e o Hamas, fazem parte de "milhares (de pessoas) que tentam estragar ou distorcer a imagem dos muçulmanos no mundo''.
''Fazemos pesquisa aqui e publicamos uma revista que analisa a situação política no Oriente Médio'', afirmou Yousef. "Temos 8 milhões de muçulmanos nos Estados Unidos interessados no tema.''
Yousef disse que o Hamas tem aparecido com frequência em suas publicações "porque as pessoas estão prestando mais atenção a esses novos movimentos agora''.
Em entrevista para o "Middle East Affairs Journal'', em maio último, Yousef descreveu o Hamas como uma entidade de caridade. Agora, prefere classificá-lo como "um movimento político-social, que também se dedica à caridade''.
"Algumas pessoas querem classificar o Hamas como um grupo terrorista. Mas, para a comunidade muçulmana, é apenas um lutador pela liberdade. Assim como a comunidade irlandesa não considera o IRA (Exército Republicano Irlandês, grupo extremista católico) um grupo terrorista'', afirmou Ahmed bin Yousef.
O fundador da Associação Unida para Estudos e Pesquisas, Mousa Abu Marzook, foi preso e deportado dos Estados Unidos. Na ocasião em que foi detido, Marzook carregava uma agenda com o telefone de diversos extremistas de origem muçulmana. Yousef diz que Marzook era somente um homem de negócios.(AB)



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