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DIREITOS HUMANOS
Menção é rara
EUA criticam sauditas por repressão religiosa
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
Os EUA anunciaram ontem a
inclusão de um de seus principais
aliados políticos e econômicos, a
Arábia Saudita, numa lista de oito
países que causam "preocupação
particular" ao violar gravemente a
liberdade religiosa e se declararam "decepcionados". "Mas isso
não muda nossa cooperação em
outras áreas", disse o embaixador
John Hanford, titular do Gabinete
para Liberdade Religiosa do Departamento de Estado.
"O governo saudita mantém
uma política de uniformização religiosa via Estado, e muitos são reprimidos, maltratados, presos e
deportados por causa de suas práticas religiosas", disse Hanford,
numa rara menção americana à
falta de liberdade em seu aliado.
"Não falo por meu antecessor,
mas, quando tomei a decisão [de
incluir a Arábia Saudita na lista],
sabia que era uma questão delicada. Passamos meu primeiro ano
no cargo tentando contatos diplomáticos e nos decepcionamos",
declarou o embaixador, que está
no cargo há dois anos, ao ser indagado por que só agora o país passou a fazer parte da lista.
O governo saudita adota o wahhabismo como religião do Estado -uma das mais radicais linhas do islamismo- e coíbe a
prática de outras religiões e de outras vertentes muçulmanas.
Hanford anunciou também a
inclusão do Vietnã e da Eritréia na
lista, que já citava a China, a Coréia do Norte, o Irã, o Sudão e
Mianmar. O Iraque, agora sem o
ditador Saddam Hussein, deixou
de ser mencionado.
A apresentação marca o lançamento do sexto relatório sobre liberdade religiosa no mundo, um
documento que compila informações sobre 196 países e regiões
com o intuito de nortear iniciativas diplomáticas para pressionar
governos que violam as práticas.
Desde que o documento passou
a ser compilado, segundo Hanford, algumas melhorias foram
notadas. "A própria Arábia Saudita começou a abrir um diálogo
com a minoria xiita", afirmou.
Hanford também mencionou a
França, citando o veto ao uso do
véu feminino islâmico em escolas
públicas. "Acreditamos que as
muçulmanas, contanto que não
imponham uma ameaça ou provocação, como é o caso, têm o total direito de usarem o véu."
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