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EUA pedem pressão da China contra Coréia do Norte
Washington afirma que Pequim foi "humilhada" por teste nuclear e não pressiona norte-coreanos porque "não quer"
Depois de encontro em Pyongyang, vice-chanceler russo afirma que Coréia
do Norte está disposta a retomar as negociações
Adam Dean/Reuters
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Norte-coreanos entram em barco no rio Yalu cidade de Sinuiju; país está sob sanções da ONU |
DA REDAÇÃO
Após conseguir a aprovação
na véspera, por unanimidade,
de sanções contra a Coréia do
Norte pelo Conselho de Segurança da ONU, o representante
americano no organismo, John
Bolton, voltou sua retórica para
a China e exortou Pequim a implementar as medidas contra
Pyongyang, que realizou um
teste nuclear no último dia 9.
Bolton afirmou ontem que "a
China tem obrigação de deixar
claro que irá cumprir a resolução" e uma "grande responsabilidade" em influenciar o comportamento do regime norte-coreano.
Entre as sanções aprovadas
pelo CS, estão a eliminação de
todas as armas nucleares e o
desmantelamento do programa nuclear da Coréia do Norte,
bem como a suspensão da venda ao país de matérias-primas
para armas de destruição em
massa, a inspeção de cargueiros
que se aproximem ou deixem
os portos do país e o congelamento de ativos financeiros ligados à proliferação nuclear.
O embaixador dos EUA na
ONU também afirmou que o
teste realizado por Pyongyang
representa uma "humilhação
pública" para a China, principal
aliado de Pyongyang e seu fornecedor de energia e alimentos.
Se a China cortasse esse suprimento, sugeriu Bolton, "seria
altamente persuasiva em relação a Pyongyang". "Mas ela ainda não está querendo fazer isso.
Acho que a China tem grande
responsabilidade aqui."
Bolton afirmou que, se a Coréia do Norte insistir em construir um arsenal nuclear, os
EUA "aumentarão a pressão,
ampliando seu isolamento internacional". Na véspera, o representante norte-coreano na
ONU dissera que novas pressões de Washington seriam lidas por seu governo como uma
"declaração de guerra"
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, inicia nesta semana uma giro pela
Ásia para consultar aliados sobre como implementar a resolução da ONU. "Compreendo
que as pessoas estejam preocupadas sobre como trabalhar de
modo a não aumentar as tensões na região, e estamos perfeitamente dispostos a ter esses
diálogos", disse Rice. E concluiu: "Tenho certeza de que a
China irá cumprir com suas
responsabilidades".
Retomada de negociações
Segundo o vice-chanceler
russo, Alexander Alexeiev, a
Coréia do Norte está interessada em retomar as negociações
sobre seu programa nuclear,
interrompidas no ano passado.
"Concordamos que devemos
continuar trabalhando para
uma solução diplomática e que
as negociações em seis partes
(China, Japão, Coréia do Norte,
Rússia, Coréia do Sul e EUA)
devem ser ressuscitadas", afirmou Alexeiev, depois de se reunir com seu colega norte-coreano, Kim Kye-Kwan.
"Em Pyongyang, me disseram várias vezes que são a favor
da continuação do processo
(multilateral) e de uma península Coreana sem armas nucleares", afirmou Alexeiev, que
também se reuniu com seu colega sul-coreano, Chun Yung-Woo, em Seul. Mas Chun disse
ter dúvidas sobre a retomadas
das negociações: "Precisamos
ver como a Coréia do Norte responde às sanções".
Na última rodada de negociações a seis, Pyongyang concordou em abandonar seu programa nuclear em troca de garantias de ajuda energética e econômica. Mas, dois meses depois, boicotou o processo em
protesto contra restrições financeiras impostas pelos EUA.
Novo secretário-geral
O futuro secretário-geral da
ONU e chanceler sul-coreano,
Ban Ki-Moon, espera se reunir
com o presidente Kim Jong-il
tão logo assuma seu cargo, em
janeiro de 2007. "Se for necessário, tomarei uma iniciativa
própria que poderá incluir visitar a Coréia do Norte e reunir-me com líderes norte-coreanos", disse à revista "Newsweek".
Ban disse "estar em uma posição muito mais favorável do
que qualquer outro secretário-geral", por vir da Coréia do Sul".
Com agências internacionais
"Compreendo que as pessoas estejam
preocupadas sobre como trabalhar de modo a não
aumentar as tensões na região, e estamos
perfeitamente dispostos a ter esses diálogos.
Tenho certeza de que a China irá cumprir com suas
responsabilidades"
CONDOLEEZZA RICEsecretária de Estado dos EUA
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