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Brown oferece ajuda financeira a Mianmar
Premiê britânico, com apoio da França, quer trocar verba por abertura política da ditadura birmanesa
DA REDAÇÃO
O premiê britânico, Gordon
Brown, afirmou ontem que poderá oferecer ajuda econômica
a Mianmar (ex-Birmânia) se a
junta militar que controla o
país iniciar um movimento de
abertura democrática. A oferta
chegou no mesmo dia em que a
União Européia expandiu suas
atuais sanções contra o regime
birmanês para pressionar pelo
fim da repressão que esmagou
recentes atos pró-democracia.
"Estamos preparados para
desenhar um pacote para melhorar a economia birmanesa
(...) se Mianmar estiver preparado para se encaminhar para a
democracia", disse Brown,
após aceitar uma petição de ativistas pela abertura do país.
O britânico já conta com o
apoio da França. Em um artigo
publicado ontem no jornal "International Herald Tribune",
os ministros das Relações Exteriores dos dois países afirmaram que é importante oferecer
incentivos, além de ameaças,
para a ex-colônia britânica. "A
UE deve considerar um pacote
de medidas positivas para os
birmaneses se o regime mostrar vontade de trabalhar pela
reconciliação", diz o texto.
As novas sanções da UE proíbem importações de madeira,
pedras e metais, além de investimentos nesses setores.
Na última semana, relatos
brutais sobre torturas das forças de segurança birmanesas
contra opositores renovaram o
senso de urgência em relação à
crise. O movimento, que começou em 19 de agosto contra aumentos de preços, tornou-se
pró-democracia, evidenciando
a insatisfação popular com a
miséria. Mais de 100 mil pessoas foram às ruas contra a ditadura vigente desde 1962.
A resposta foi violenta e deixou um saldo de 200 mortos e
6.000 detidos, segundo dissidentes. O governo admite dez
mortes e 2.000 detenções.
Também ontem, o enviado
da ONU a Mianmar, Ibrahim
Gambari, exigiu o fim imediato
de detenções e torturas. Na
Tailândia, ele busca apoio para
pressionar Mianmar a se reconciliar com a oposição. O Japão se uniu à pressão e anunciou ontem o corte de US$ 4,7 milhões da ajuda anual de US$
26 milhões que envia ao país.
Com agências internacionais
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