São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Brown oferece ajuda financeira a Mianmar

Premiê britânico, com apoio da França, quer trocar verba por abertura política da ditadura birmanesa

DA REDAÇÃO

O premiê britânico, Gordon Brown, afirmou ontem que poderá oferecer ajuda econômica a Mianmar (ex-Birmânia) se a junta militar que controla o país iniciar um movimento de abertura democrática. A oferta chegou no mesmo dia em que a União Européia expandiu suas atuais sanções contra o regime birmanês para pressionar pelo fim da repressão que esmagou recentes atos pró-democracia.
"Estamos preparados para desenhar um pacote para melhorar a economia birmanesa (...) se Mianmar estiver preparado para se encaminhar para a democracia", disse Brown, após aceitar uma petição de ativistas pela abertura do país.
O britânico já conta com o apoio da França. Em um artigo publicado ontem no jornal "International Herald Tribune", os ministros das Relações Exteriores dos dois países afirmaram que é importante oferecer incentivos, além de ameaças, para a ex-colônia britânica. "A UE deve considerar um pacote de medidas positivas para os birmaneses se o regime mostrar vontade de trabalhar pela reconciliação", diz o texto.
As novas sanções da UE proíbem importações de madeira, pedras e metais, além de investimentos nesses setores.
Na última semana, relatos brutais sobre torturas das forças de segurança birmanesas contra opositores renovaram o senso de urgência em relação à crise. O movimento, que começou em 19 de agosto contra aumentos de preços, tornou-se pró-democracia, evidenciando a insatisfação popular com a miséria. Mais de 100 mil pessoas foram às ruas contra a ditadura vigente desde 1962.
A resposta foi violenta e deixou um saldo de 200 mortos e 6.000 detidos, segundo dissidentes. O governo admite dez mortes e 2.000 detenções.
Também ontem, o enviado da ONU a Mianmar, Ibrahim Gambari, exigiu o fim imediato de detenções e torturas. Na Tailândia, ele busca apoio para pressionar Mianmar a se reconciliar com a oposição. O Japão se uniu à pressão e anunciou ontem o corte de US$ 4,7 milhões da ajuda anual de US$ 26 milhões que envia ao país.


Com agências internacionais


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