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Pequim usa abordagem distinta para temas sensíveis
DE PEQUIM
O crescente protecionismo
americano e a manipulação do
câmbio chinês são as principais
divergências na relação econômica das superpotências, mas
Pequim ainda não se pronunciou sobre como vai negociar as
novas alíquotas americanas
contra produtos chineses.
Nem respondeu à crítica
americana de que o yuan, a
moeda chinesa, está artificialmente subvalorizado, o que
distorce o comércio bilateral.
Os EUA são o maior comprador
de produtos da China, e a China, a maior credora dos EUA.
O único comentário mais
agressivo sobre a visita de Obama foi feito por um porta-voz
da Chancelaria chinesa sobre o
separatismo do Tibete.
"Obama é um presidente negro, ele entende sobre o movimento pela abolição da escravidão e é um admirador de Abraham Lincoln", disse em entrevista coletiva o porta-voz Qin
Gang.
"Então o presidente Obama,
mais que qualquer outro líder,
vai entender nossa posição e
nossa luta para defender a soberania e a integridade territoriais", acrescentou.
Ainda que Obama seja filho
de um imigrante queniano, e
não de um descendente de escravos, e que os tibetanos de
hoje ainda reclamem de discriminação e repressão pelos próprios chineses, a declaração
comprova que o tema da soberania é prioridade para a China
no debate com Obama.
O presidente americano receberá o líder exilado do Tibete,
o dalai-lama, após sua viagem a
Pequim. Os EUA ainda são aliados de Taiwan, para onde vendem armamento militar. Para a
China, Taiwan é uma Província
rebelde, que precisa ser reanexada à China, da qual se separou inicialmente em 1895, após
derrota militar para o Japão.
"Obamao" vetado
Ao contrário de diversos outros cantos do mundo, a China
está longe de viver uma "obamania". Além do milenar isolamento cultural e político de boa
parte do país, a mídia estatal
não acompanhou o frenesi global iniciado na eleição de Obama. Sua posse não foi transmitida ao vivo no país, e seu discurso teve várias partes censuradas na CCTV, como quando
ele fala que os EUA derrotaram
"o fascismo e o comunismo".
A Prefeitura de Pequim ordenou a lojas e vendedores ambulantes na semana passada que
retirassem suvenires e produtos que retratassem Obama.
Camisetas que faziam sucesso
com turistas estrangeiros, onde
Obama aparecia vestido de
guarda revolucionário ou com
o terno popularizado por Mao
Tse-tung, sob os dizeres "Obamao", desapareceram de lojas
em regiões turísticas da capital.
(RJL)
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