DA REDAÇÃO

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, foi operado ontem em Washington para extrair um câncer de próstata.
De acordo com um porta-voz do Departamento de Estado, a operação durou duas horas, "tudo foi bem" e os médicos "não esperam nenhuma complicação".
Powell, 66, foi operado no Centro Médico do Exército Walter Reed e "manterá atividades reduzidas durante o período de convalescência", segundo o porta-voz. Enquanto estiver no hospital, Powell fará uso de um computador portátil. Ele deve reassumir integralmente suas funções no governo no começo do ano que vem.
De acordo com um funcionário do Departamento de Estado que não quis se identificar, a cirurgia "não foi um procedimento de emergência". Powell descobriu ter câncer há poucos meses, durante um exame de rotina. O secretário de Estado avisou o presidente George W. Bush sobre a operação há duas semanas e prosseguiu com sua rotina de trabalho até domingo, quando teve contatos telefônicos com chanceleres estrangeiros e outras autoridades internacionais depois da captura de Saddam Hussein.
A operação deve reacender as especulações sobre quanto tempo ele permanecerá no governo. Uma reportagem do jornal "Washington Post" publicada em agosto dizia que ele não pretenderia continuar em um eventual segundo mandato de Bush.
O chefe da diplomacia norte-americana tem precisado trabalhar bastante para defender seus pontos de vista pacíficos e já teve atritos com o vice-presidente Dick Cheney e o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld. Por sua oposição aos "falcões", foi chamado de "pomba". O general aposentado de quatro estrelas não gostou do apelido. "Podem me rotular do que quiserem. Eu sou o que sou."
Filho de imigrantes de origem jamaicana, Colin Powell é o negro que mais alto chegou no governo americano em toda a história do país. Em 1995, diversos segmentos do Partido Republicano tentaram convencê-lo a se candidatar à Presidência dos EUA. Depois de meses de incertezas, Powell desistiu, afirmando não ter o "fogo" necessário para mergulhar na campanha política.