São Paulo, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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Ataque no Paquistão mata ao menos 33

Atentado ocorreu em um mercado; no vizinho Afeganistão, outra explosão deixou 8 mortos e 40 feridos

DA REDAÇÃO

Palcos de ações internacionais contra o Taleban, os vizinhos Paquistão e Afeganistão viveram dia violento ontem, quando mais de 40 pessoas morreram em explosões terroristas em duas cidades.
O maior ataque ocorreu no Paquistão, em um mercado da cidade de Dera Ghazi Khan, onde um carro-bomba matou ao menos 33 pessoas perto da casa de um parlamentar local, que não foi atingido. Cerca de 60 outras pessoas ficaram feridas com o colapso do mercado e a destruição de vários prédios.
O atentado foi perpetrado horas antes da chegada à capital paquistanesa, Islamabad, do almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior dos EUA.
Dera Ghazi Khan fica próxima da região onde o Exército paquistanês, sob pressão americana, lançou forte ofensiva contra o Taleban. O governo afirma que a operação está sendo bem-sucedida, mas o temor é o de que os extremistas estejam apenas fugindo para cidades da região e sigam por lá provocando atentados. Desde o início da ofensiva, em outubro, mais de 500 pessoas morreram em ataques retaliatórios.

Afeganistão
No Afeganistão, um carro-bomba explodiu perto da casa de um ex-vice-presidente do país e de um hotel popular entre estrangeiros em Cabul, matando ao menos oito pessoas e deixando cerca de 40 feridos.
A explosão expôs os riscos do distrito de Wazir Akbar Khan, até então considerado seguro, e no qual várias ONGs internacionais mantêm postos.
O momento do ataque coincidiu com o início de uma conferência de três dias sobre a corrupção no Afeganistão, um esforço destinado a mostrar aos EUA e às potências aliadas do presidente Hamid Karzai que ele está decidido a lutar contra o problema.
Karzai condenou o atentado, que classificou de "ataque contra a humanidade e o islã".
Na conferência, porém, ele se arriscou a incomodar os aliados. Defendeu em discurso o mais graduado dos membros de seu governo já condenados por corrupção: o prefeito de Cabul, Abdul Ahad Sayebi.
Karzai foi reeleito em novembro após uma votação fraudulenta. Ele próprio é acusado de fazer vista grossa à corrupção desenfreada no país.
Sayebi foi condenado na última semana a quatro anos de prisão. "Eu conheço o prefeito", disse Karzai ontem. "Ele é limpo." Segundo o presidente, Sayebi foi vítima de inimigos após se recusar a entregar terras federais a eles.

Com agências internacionais



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