São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GUERRA SEM LIMITES

Washington não convence europeus, cujas alegações foram chamadas de "filosóficas" por enviado americano

UE diz não aos EUA sobre polícia em avião

DA REDAÇÃO

Os EUA fracassaram ontem em sua tentativa de convencer países europeus a colocar policiais armados em vôos internacionais como forma de elevar a segurança contra ataques terroristas.
"Alguns se opõem firmemente, enquanto outros podem examinar casos específicos. Mas eles sentem que não seja a única solução e que certamente não se trate de uma solução miraculosa", afirmou o porta-voz para transportes da Comissão Européia, Gilles Gantelet, após reunião em Bruxelas (Bélgica) de autoridades aeronáuticas européias e funcionários do governo americano.
Finlândia, Dinamarca, Suécia e Portugal são radicalmente contra a proposta. A maioria dos países do continente está indecisa, e apenas França e Reino Unido concordam com a medida em alguns casos. Associações de pilotos de várias nações, incluindo Reino Unido e Espanha, manifestaram grandes restrições à intenção americana. Os EUA já estão colocando regularmente milhares de policiais armados disfarçados como passageiros em vôos de empresas do país.
Asa Hutchinson, subsecretário da Segurança Interna dos Estados Unidos, disse que as preocupações européias eram "filosóficas" e que o mundo enfrenta novos desafios na segurança aérea.
Segundo o subsecretário, os EUA vão continuar se empenhando pelo apoio à medida e buscarão com "urgência" assinar acordos bilaterais com países europeus e também da América do Sul, da Ásia e do Oriente Médio.
Hutchinson afirmou que não existe uma "política irredutível" para impedir a entrada em território americano das companhias que se opuserem à vigilância armada. "Se um país desenvolver um sistema amplo, que ofereça um alto nível de confiança, então é algo para ser considerado como medida alternativa." No entanto Hutchinson deixou claro que os EUA pretendem ter a palavra final sobre quais companhias seriam autorizadas a voar.
Paralelamente, a Comissão Européia criou uma lista de artigos que não poderão ser transportados por passageiros em vôos nos 15 países da organização. A relação, com dezenas de itens, inclui armas de fogo, machetes, explosivos e até patins de gelo.
No final de dezembro e começo deste mês, mais de uma dúzia de vôos da Air France, British Airways e Aeroméxico para os EUA foi cancelada em razão de suspeitas de atentados.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Diplomacia: EUA criam Grupo de Apoio à Bolívia com 19 países
Próximo Texto: Clima: Frio em Nova York é o mais forte desde 1893
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.