São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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Arrancada de Dean na campanha deu forma à agenda democrata

DO ENVIADO ESPECIAL A WISCONSIN

A possível desistência de Howard Dean após uma derrota em Wisconsin hoje poderá marcar a principal ironia da campanha presidencial dos EUA de 2004.
Mais do que nenhum outro pré-candidato, Dean definiu com quase um ano de antecedência todo o repertório de assuntos que hoje unifica o Partido Democrata e mina a popularidade do presidente George W. Bush.
Ao contrário de John Kerry e John Edwards, Dean se opôs à guerra no Iraque desde o início e escolheu, ainda em 2003, temas como cortes de impostos e perda de empregos nos EUA como prioritários em sua campanha.
Por trás de um discurso agressivo contra Bush, o ex-governador de Vermont também revolucionou a forma de arrecadar dinheiro de pequenos contribuintes em nível nacional, constituindo bases de apoio com milhares de voluntários em dezenas de Estados.
Nunca a internet foi tão importante para arrecadar fundos nos EUA quanto em sua campanha. Em dezembro, Dean chegou a ter em caixa mais de US$ 45 milhões, o que o levou a ser o primeiro democrata da história a rejeitar o financiamento público de campanha antes do fim das primárias.
Até o início desse ano, as pesquisas o apontavam como o favorito para a indicação democrata, mas sua candidatura murchou rapidamente após um humilhante terceiro lugar na primeira prévia de 2004, em Iowa. As principais análises indicam que Dean fracassou justamente pelo radicalismo contra Bush -na hora de votar, o eleitor viu em John Kerry uma alternativa mais moderada.
Ao sair na frente, Kerry acabou herdando para si todo o sentimento que Dean se ocupou em construir: de que o eleitor democrata está muito disposto e a se unir e a pagar para tirar Bush da Casa Branca. (FCz)


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