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Arrancada de Dean na campanha deu forma à agenda democrata
DO ENVIADO ESPECIAL A WISCONSIN
A possível desistência de Howard Dean após uma derrota em
Wisconsin hoje poderá marcar a
principal ironia da campanha
presidencial dos EUA de 2004.
Mais do que nenhum outro pré-candidato, Dean definiu com
quase um ano de antecedência todo o repertório de assuntos que
hoje unifica o Partido Democrata
e mina a popularidade do presidente George W. Bush.
Ao contrário de John Kerry e
John Edwards, Dean se opôs à
guerra no Iraque desde o início e
escolheu, ainda em 2003, temas
como cortes de impostos e perda
de empregos nos EUA como prioritários em sua campanha.
Por trás de um discurso agressivo contra Bush, o ex-governador
de Vermont também revolucionou a forma de arrecadar dinheiro de pequenos contribuintes em
nível nacional, constituindo bases
de apoio com milhares de voluntários em dezenas de Estados.
Nunca a internet foi tão importante para arrecadar fundos nos
EUA quanto em sua campanha.
Em dezembro, Dean chegou a ter
em caixa mais de US$ 45 milhões,
o que o levou a ser o primeiro democrata da história a rejeitar o financiamento público de campanha antes do fim das primárias.
Até o início desse ano, as pesquisas o apontavam como o favorito para a indicação democrata,
mas sua candidatura murchou rapidamente após um humilhante
terceiro lugar na primeira prévia
de 2004, em Iowa. As principais
análises indicam que Dean fracassou justamente pelo radicalismo
contra Bush -na hora de votar, o
eleitor viu em John Kerry uma alternativa mais moderada.
Ao sair na frente, Kerry acabou
herdando para si todo o sentimento que Dean se ocupou em
construir: de que o eleitor democrata está muito disposto e a se
unir e a pagar para tirar Bush da
Casa Branca.
(FCz)
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