São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

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Manifestantes derramam próprio sangue para exigir novas eleições na Tailândia

DA REDAÇÃO

Após quatro dias de protestos pacíficos, manifestantes contrários ao governo da Tailândia partiram ontem para táticas de choque, jogando litros de seu próprio sangue em frente ao gabinete do premiê do país, Abhisit Vejjajiava.
Mais de 100 mil pessoas do grupo denominado "camisas vermelhas" se reúnem na capital, Bancoc, desde sexta-feira, prometendo manter os protestos até que Abhisit dissolva o Parlamento e convoque novas eleições.
O grupo é formado por partidários do ex-premiê Thaksin Shinawatra -deposto em 2006 pelo Exército- e por ativistas pró-democracia que se opuseram ao golpe militar. Eles acreditam que Abhisit chegou ao poder ilegalmente com a conivência dos militares.
O protesto de ontem começou pela manhã, quando milhares de pessoas formaram filas para ter o sangue retirado por enfermeiras. As "doações", depois, foram colocadas em dezenas de garrafas plásticas, que passaram de mão em mão até serem jogadas no portão em frente ao gabinete do governo. O ato foi repetido em frente ao escritório do Partido Democrata de Abhisit.
Os manifestantes ameaçaram ainda jogar sangue na casa do premiê. Mas Abhisit -abrigado em uma base militar desde o início dos protestos- disse que não irá atender às demandas dos "camisas vermelhas".
Questionado, então, qual seria o próximo passo, um dos líderes do grupo, Veera Musikapong, respondeu: "Eu mesmo queria saber".
A Tailândia tem registrado protestos políticos desde 2006, com as manifestações contrárias a Thaksin. Em 2008, quando aliados do ex-premiê ficaram no poder por um curto período, os opositores "camisas amarelas" ocuparam o gabinete do governo por três meses e tomaram os dois aeroportos de Bancoc por uma semana.
Eleito duas vezes, Thaksin foi condenado a dois anos de prisão por corrupção. Pouco antes da sentença ser pronunciada, no entanto, ele deixou o país. Aliados de Thaksin são muito populares entre os eleitores do norte e nordeste da Tailândia e têm grandes chances de vencer as próximas eleições, que devem ocorrer em 2011.

Com agências internacionais



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