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Manifestantes derramam próprio sangue para exigir novas eleições na Tailândia
DA REDAÇÃO
Após quatro dias de protestos pacíficos, manifestantes contrários ao governo da
Tailândia partiram ontem
para táticas de choque, jogando litros de seu próprio
sangue em frente ao gabinete do premiê do país, Abhisit
Vejjajiava.
Mais de 100 mil pessoas do
grupo denominado "camisas
vermelhas" se reúnem na capital, Bancoc, desde sexta-feira, prometendo manter os
protestos até que Abhisit
dissolva o Parlamento e convoque novas eleições.
O grupo é formado por
partidários do ex-premiê
Thaksin Shinawatra -deposto em 2006 pelo Exército- e por ativistas pró-democracia que se opuseram
ao golpe militar. Eles acreditam que Abhisit chegou ao
poder ilegalmente com a conivência dos militares.
O protesto de ontem começou pela manhã, quando
milhares de pessoas formaram filas para ter o sangue
retirado por enfermeiras. As
"doações", depois, foram colocadas em dezenas de garrafas plásticas, que passaram
de mão em mão até serem jogadas no portão em frente ao
gabinete do governo. O ato
foi repetido em frente ao escritório do Partido Democrata de Abhisit.
Os manifestantes ameaçaram ainda jogar sangue na
casa do premiê. Mas Abhisit
-abrigado em uma base militar desde o início dos protestos- disse que não irá
atender às demandas dos
"camisas vermelhas".
Questionado, então, qual
seria o próximo passo, um
dos líderes do grupo, Veera
Musikapong, respondeu:
"Eu mesmo queria saber".
A Tailândia tem registrado
protestos políticos desde
2006, com as manifestações
contrárias a Thaksin. Em
2008, quando aliados do ex-premiê ficaram no poder por
um curto período, os opositores "camisas amarelas"
ocuparam o gabinete do governo por três meses e tomaram os dois aeroportos de
Bancoc por uma semana.
Eleito duas vezes, Thaksin
foi condenado a dois anos de
prisão por corrupção. Pouco
antes da sentença ser pronunciada, no entanto, ele
deixou o país. Aliados de
Thaksin são muito populares entre os eleitores do norte e nordeste da Tailândia e
têm grandes chances de vencer as próximas eleições, que
devem ocorrer em 2011.
Com agências internacionais
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