São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2011 |
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FOCO Líder americano escolhe "UPP problema" para visitar no Rio DO RIO Ao decidir visitar uma favela pacificada, a equipe de Obama escolheu aquela que causa mais dor de cabeça à Secretaria de Segurança. Há dois anos ocupada, não existe mais ostentação de armas e drogas na Cidade de Deus, mas há constantes conflitos entre moradores e policiais militares. O último ocorreu após o Carnaval, quando PMs foram chamados em uma festa para diminuir o barulho e houve confronto. Agentes tiveram que atirar para o alto para dispersar pessoas que atiravam garrafas contra eles. A filmadora de um jornalista foi danificada por policiais. Para o comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), major Felipe Romeu, trata-se de influência de "meia dúzia". Mas diz haver "resistência cultural". "Estamos num processo. Foram 40 anos de atuação do tráfico. A maioria nos apoia." Desde a instalação da UPP, em 2009, houve agressão contra policiais e protestos contra o comando da unidade. Neste ano, faixas foram distribuídas na favela chamando o ex-comandante do posto, capitão José Medeiros, de "ditador" e "dono da Cidade de Deus". Ele acabou saindo após os protestos. Para aumentar a presença, o comando da PM decidiu dividir em três UPPs a unidade. Mas no início do mês, o tráfico voltou a mostrar influência que ainda tem na região. Moradores se mobilizaram para ir ao enterro de criminoso que havia fugido para o Jacarezinho e morreu durante operação no dia 1º de março. Segundo moradores, parte do comércio fechou por ordem de traficantes. O comandante da UPP diz que foram fechados os estabelecimentos dos que foram ao enterro. O secretário José Mariano Beltrame disse que não se preocupa com a visita de Obama. "Pelo que eu sei é um local que entenderam que o presidente visitará", disse. O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) preferia que Obama visitasse Chapéu-Mangueira e Babilônia, onde a atuação da UPP é mais tranquila. A comitiva de Obama optou pela Cidade de Deus por ser plana, que facilita o controle do movimento. Texto Anterior: Comércio do Rio já faz contas de prejuízos na visita do presidente Próximo Texto: Entrevista: Para analista, motivação da visita não é clara Índice | Comunicar Erros |
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