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Bispo abriu portas da própria casa a grevistas do ABC
DA REPORTAGEM LOCAL
Bispo da diocese de Santo
André de 1975 a 1996, o hoje
arcebispo de São Paulo, dom
Cláudio Hummes, não abriu
só as portas das igrejas do
ABC aos metalúrgicos durante o regime militar. Mas
as de sua própria casa.
Governanta da cúria naqueles 21 anos, Francisca Severino Pereira, conta que d.
Cláudio chegou a acolher
sindicalistas até na ala residencial da cúria nas greves
do ABC. O movimento era
tanto que ele descia dois andares para recorrer ao sossego da sala na hora do jantar.
Só assim via os telejornais.
Enilson Simões de Moura,
o Alemão, por exemplo, passou uma noite lá. No dia seguinte, voltou às ruas. "D.
Cláudio ficou preocupado",
lembra Francisca. "Se não
fosse para a rua, morreria",
diz Alemão, lembrando que
d. Cláudio recomendou que
tomasse cuidado.
Outro que estava sempre
lá era o então presidente do
sindicato dos metalúrgicos,
Luiz Inácio Lula da Silva.
"Quem diria que ele seria
presidente?", diverte-se
Francisca.
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