DA REDAÇÃO

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram ontem a libertação unilateral do militar colombiano Pablo Emílio Moncayo, em poder da guerrilha desde 21 de dezembro de 1997. Ele e José Martinez, sequestrado pelas Farc na mesma data, são os reféns há mais tempo em cativeiro no mundo, segundo a ONG local Fundação País Livre.
A libertação de Moncayo, hoje com 31 anos, ocorrerá quando houver garantias "para a segurança da operação", dizia comunicado do secretariado das Farc, que vêm sendo acossadas pela ofensiva militar do governo.
O caso do refém ganhou destaque em 2006, quando seu pai, o professor Gustavo Moncayo, percorreu a pé os cerca de mil quilômetros entre Sandoná (sudoeste da Colômbia) e Bogotá (a distância de São Paulo a Brasília), em campanha pela libertação do filho. A caminhada de 46 dias foi acompanhada por todo o país. Ele está atualmente em nova peregrinação a pé.
Segundo o comunicado, a libertação de Moncayo -a sétima unilateral deste ano- é uma resposta "à solicitação do Colombianos pela Paz [grupo ligado à oposição] e dos presidentes Rafael Correa [Equador] e Hugo Chávez [Venezuela]". A senadora oposicionista Piedad Córdoba e Gustavo Moncayo foram designados como intermediadores da operação.
No texto, a guerrilha desdenhou os pedidos de Uribe pelo cessar-fogo unilateral e voltou a urgir pela troca humanitária de 22 reféns por militantes presos, o que já fora anteriormente descartado por Bogotá. Ontem, Uribe só disse que Moncayo deve ser solto "o quanto antes".