São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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entrevista

"Paras entram na política para lavar crimes"

DA REPORTAGEM LOCAL

Diretor-editorial da revista "Semana", a maior da Colômbia e que revelou o escândalo dos grampos, Rodrigo Pardo disse à Folha, por telefone, de Bogotá, que ainda não se sabe se o país está em um processo de "depuração".
"É bom descobrir os vínculos de políticos com paramilitares, mas temos que ver se as instituições farão sua parte."
Para ele, se a Justiça funcionar e os partidos fizerem uma limpeza em seus quadros, o país ficará melhor. "Se só alguns forem presos e máfias continuarem a agir na política, será uma decepção."
Tanto paramilitares como as Farc cresceram (e se enriqueceram) com o narcotráfico nos anos 90. "A sociedade colombiana estava tão afetada psicologicamente pelo fracasso do diálogo de paz com as Farc que ninguém prestou atenção nas acusações de que havia gente no círculo de Uribe com simpatias pelos paramilitares".
Pardo diz que o paramilitarismo "virou um monstro tão grande" que quis ter peso próprio na política para poder negociar a lavagem de seus crimes. "Como os uribistas ganhavam todas, os paramilitares investiram neles." (RJL)


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