|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
entrevista
"Paras entram na política para lavar crimes"
DA REPORTAGEM LOCAL
Diretor-editorial da revista "Semana", a maior da
Colômbia e que revelou o
escândalo dos grampos,
Rodrigo Pardo disse à Folha, por telefone, de Bogotá, que ainda não se sabe se
o país está em um processo de "depuração".
"É bom descobrir os vínculos de políticos com paramilitares, mas temos
que ver se as instituições
farão sua parte."
Para ele, se a Justiça
funcionar e os partidos fizerem uma limpeza em
seus quadros, o país ficará
melhor. "Se só alguns forem presos e máfias continuarem a agir na política,
será uma decepção."
Tanto paramilitares como as Farc cresceram (e se
enriqueceram) com o narcotráfico nos anos 90. "A
sociedade colombiana estava tão afetada psicologicamente pelo fracasso do
diálogo de paz com as Farc
que ninguém prestou
atenção nas acusações de
que havia gente no círculo
de Uribe com simpatias
pelos paramilitares".
Pardo diz que o paramilitarismo "virou um monstro tão grande" que quis
ter peso próprio na política para poder negociar a
lavagem de seus crimes.
"Como os uribistas ganhavam todas, os paramilitares investiram neles."
(RJL)
Texto Anterior: "Vice-presidente queria esquadrão", diz paramilitar Próximo Texto: Harvard faz reforma em seu currículo para superar "paroquialismo" dos EUA Índice
|