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Governo tailandês rejeita mediação da ONU
Bancoc refuta novas negociações com os "camisas vermelhas", há dois meses acampados em protesto contra o premiê
Confrontos entre forças de
segurança e manifestantes
já deixaram ao menos 59
mortos desde março -30
deles nos últimos 4 dias
DA REDAÇÃO
O governo tailandês disse ontem que continuará reprimindo manifestantes antigoverno
acampados na capital, Bancoc,
e descartou intermediação internacional para encerrar a crise que já dura dois meses.
Uma pausa na ação do Exército é desnecessária porque as
tropas não usam "armas para
reprimir civis", disse o porta-voz do governo, Panitan Wattanayagorn. Segundo ele, os alvos
são "terroristas" que estão entre os manifestantes.
A afirmação diminuiu esperanças de uma solução rápida
para o pior episódio de violência política no país em décadas.
Ao menos 59 pessoas morreram e mais de 1.600 ficaram feridas desde que os "camisas
vermelhas" chegaram a Bancoc, em 12 de março.
Eles ocupam uma área de
três quilômetros quadrados no
principal distrito financeiro da
capital, cercado de hotéis de luxo e shopping centers.
Formados principalmente
por tailandeses das pobres regiões rurais do norte do país, os
"camisas vermelhas" querem a
renúncia do premiê Abhisit
Vejjajiva, a dissolução do Parlamento e novas eleições.
Um acordo parecia próximo
há duas semanas, quando Abhisit disse que haveria eleições
em novembro, um ano antes do
previsto. Mas os manifestantes
fizeram novas demandas, e a
proposta foi retirada.
Os manifestantes usam bombas caseiras e pedras -e, em alguns casos, armas-, para atacar os soldados que os cercaram e que respondem com balas de borracha e munição real.
Por conta do cerco, já começa
a faltar água e comida aos manifestantes -que eram 10 mil
até quinta-feira, número que
caiu para cerca de 5.000.
ONU
Ontem, Nattawut Saikua, um
dos líderes dos "camisas vermelhas", disse estar disposto a
negociar. "O que é urgente é parar as mortes. Demandas políticas podem esperar."
Ele sugeriu que a ONU sirva
de mediadora nas conversas,
porque "não vemos nenhuma
organização neutra ou justa".
"Se eles realmente querem
conversar, não devem impor
condições como nos pedir para
retirar as tropas", disse, em resposta, Korbsak Sabhavasu, secretário-geral do premiê.
Os confrontos intensificaram-se na última quinta-feira,
quando o ex-general do Exército Khattiya Sawasdiphol, acusado de criar um grupo paramilitar para os "camisas vermelhas", foi baleado na cabeça. Segundo médicos, sua condição
de saúde piorou ontem.
Desde então, ao menos 30
pessoas morreram, e 232 ficaram feridas em choques.
Ontem, o governo estendeu o
estado de emergência para
mais cinco regiões do país. Agora, são 22 as Províncias onde
estão proibidas reuniões de
mais de cinco pessoas e onde o
Exército tem mais poderes para lidar com manifestantes.
Com agências internacionais
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