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ORIENTE MÉDIO
Arafat acata exigência de seqüestradores e destitui chefe da polícia de Gaza; 2 responsáveis pela segurança demitem-se
Onda de seqüestros abala Autoridade Nacional Palestina
DA REDAÇÃO
Uma onda de seqüestros ocorreu ontem na faixa de Gaza. No
caso mais importante, homens
armados palestinos seqüestraram
o chefe da polícia da faixa de Gaza,
Ghazi al Jabali, numa emboscada
realizada numa estrada e o mantiveram preso -por três horas-
até que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, concordou em acatar suas exigências, de acordo com um funcionário graduado da ANP.
Os seqüestros levaram as autoridades palestinas a decretar estado de emergência na faixa de Gaza e provocaram a queda de dois
responsáveis pela segurança nos
territórios ocupados, segundo autoridades palestinas. O general
Amin al Hindi, que chefiava o serviço de inteligência palestino, e
Rashid Abu Shbak, que comandava o Departamento da Segurança Preventiva da faixa de Gaza,
pediram demissão, argumentando que a situação de segurança na
faixa de Gaza está fora de controle. Todos os pedidos de férias dos
funcionários da segurança palestina foram revogados.
Um grupo obscuro chamado
Brigadas dos Mártires de Jenin assumiu a responsabilidade pelo seqüestro de Al Jabali, um dos mais
ousados desafios à autoridade de
Arafat por parte de palestinos que
buscam reformas governamentais e do aparato de segurança.
Arafat, ainda segundo o funcionário da ANP, concordou em tirar Al Jabali de suas funções e em
que ele seja julgado por supostos
casos de corrupção, conforme
exigiam os seqüestradores.
O líder palestino chegou a enviar representantes do governo
para negociar com o grupo no
campo de refugiados de El Bureij,
ao sul da Cidade de Gaza.
Segundo relatos da imprensa
palestina, Arafat resolveu acatar
as exigências depois que seus representantes escutaram uma confissão gravada de Al Jabali. Este
teria dito que se apropriara ilegalmente de US$ 8 milhões e que estuprara várias mulheres.
Após ser solto, Al Jabali foi levado para uma delegacia na Cidade
de Gaza. Não ficou claro se ele fora preso ou detido para interrogatório. Dois guarda-costas de Al Jabali ficaram feridos na emboscada, que membros das forças de segurança palestinas classificaram
de uma "rajada de balas provenientes de mais de dez armas".
"Demos três anos à ANP para
que ela realize as reformas. Esperamos muito tempo, mas as autoridades não fizeram nada. Agora
faremos as coisas do nosso jeito",
afirmou Abi Iyad, porta-voz das
Brigadas dos Mártires de Jenin, à
rede de TV Al Jazira (de Qatar).
Poucas horas depois, outro alto
funcionário da ANP foi seqüestrado. O alvo foi o coronel Khaled
Abu Aloula, um membro das forças de segurança pública, corpo
paramilitar responsável pela segurança na faixa de Gaza.
Fontes ligadas às forças de segurança palestinas disseram que, no
caso de Aloula, os seqüestradores
foram, no passado, policiais e são,
atualmente, membros das Brigadas do Mártir Abu Rish. Estas são
ligadas ao Fatah, de Arafat, e
atuam no sul da faixa de Gaza.
As mesmas fontes disseram que
os captores de Aloula, chefe do
Escritório de Ligação Israelo-Palestino, o acusam de corrupção.
Franceses
Cinco franceses, supostamente
funcionários de uma agência humanitária, também foram seqüestrados por homens armados
na faixa de Gaza, segundo a polícia palestina, no que constituiu o
terceiro caso do gênero em menos
de dez horas. Todos foram libertados mais tarde. Eles teriam sido
seqüestrados quando estavam
num bar em Khan Younis (sul) e
levados a um prédio do Crescente
Vermelho por homens armados.
Com agências internacionais
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