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IRAQUE SOB TUTELA
Tortura é causa
EUA mudam política de presos no exterior
DA REDAÇÃO
O escândalo da tortura de presos iraquianos por soldados dos
EUA, que estourou em abril, levou o Pentágono a anunciar, ontem, mudanças em sua política
para prisioneiros no exterior.
Visando evitar problemas como
o ocorrido em Bagdá, que pôs em
xeque a credibilidade americana
ante a comunidade internacional,
o secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, ordenou a criação de
uma agência para supervisionar
as operações americanas que envolvem prisioneiros. Também foi
determinado que todos os relatórios do Comitê Internacional da
Cruz Vermelha (CICV) sobre essas operações sejam entregues à
cúpula do Pentágono, não aos comandantes de campo.
O governo americano passou a
rever vários de seus procedimentos em relação a prisioneiros depois que o escândalo dos abusos
praticados na prisão iraquiana de
Abu Ghraib veio à tona, no final
de abril. Desde então, a imprensa
divulgou centenas de fotos tiradas
pelos próprios militares envolvidos, datadas de outubro e novembro do ano passado, nas quais eles
aparecem intimidando, humilhando sexualmente, espancando
e maltratando prisioneiros.
O chefe do recém-criado Escritório dos Assuntos sobre Prisioneiros ainda não foi nomeado. A
agência responderá ao subsecretário da Defesa para Políticas,
Douglas Feith, o terceiro homem
na hierarquia do Pentágono. Entre suas responsabilidades está o
desenvolvimento de estratégias e
políticas para lidar com prisioneiros estrangeiros.
Retirada filipina
Além dos danos à sua imagem,
Washington enfrenta a possibilidade de esfacelamento da coalizão, abalada por ataques da insurgência. Apesar da restituição oficial da soberania iraquiana, segue
no país uma Força Multinacional
de 160 mil homens liderada pelos
EUA, que têm 138 mil soldados.
Sob protestos da Casa Branca, o
governo das Filipinas retirou
mais 11 dos 43 soldados que ainda
mantinha no país, inclusive o comandante da tropa, conforme
exigiram os seqüestradores do caminhoneiro filipino Angelo de la
Cruz. Oito de seus militares já haviam deixado o Iraque nesta semana, e a retirada segue -mas
De la Cruz não havia sido solto até
a noite de ontem.
Também seguem desaparecidos um caminhoneiro búlgaro e
um egípcio. O governo da Bulgária reiterou que não retirará seus
480 militares do país -outro búlgaro fora morto pelos captores. Já
a empresa saudita que emprega
Mohammed Gharabawi anunciou que encerrou a operação no
Iraque, mas ignora seu paradeiro.
Por sua vez, o Congresso de El
Salvador aprovou o prolongamento da estada de seus 380 soldados. Já a Tailândia iniciou a retirada de seus 450 militares, que
segue até 20 de setembro, fim do
prazo aprovado para a missão.
Com agências internacionais
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