São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011

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Tabloide discutia grampos abertamente, diz ex-repórter

Denúncia revelada ontem pelo Parlamento britânico contraria versão da defesa de que cúpula desconhecia prática

DE LONDRES

Uma carta divulgada ontem pelo Parlamento britânico reacendeu o escândalo das escutas telefônicas feitas pelo jornal "News of the World" e pode obrigar James Murdoch, filho do magnata da mídia Rupert Murdoch, a voltar a depor aos parlamentares.
Um ex-chefe de comunicação do primeiro-ministro, David Cameron, também é implicado. A carta foi escrita há quatro anos por Clive Goodman, repórter que cobria a família real no tabloide.
O jornal era o mais vendido no país até ser fechado em 7 de julho, após ficar provado que seus profissionais acessavam ilegalmente a caixa postal de celebridades e vítimas de crimes.
Goodman diz que a prática de grampos era discutida nas reuniões de editores do jornal até o assunto ser vetado por Andy Coulson, editor-chefe entre 2003 e 2007.
O repórter diz ainda que Coulson prometeu recontratá-lo se não implicasse nenhum executivo do jornal no processo sobre os grampos. Em 2007, Goodman foi condenado por ouvir mensagens de funcionários da realeza. Os Murdoch e Coulson dizem que não sabiam dos grampos. Coulson deixou o "NoW" em 2007. Depois, foi trabalhar com Cameron no Partido Conservador. Após a eleição de de 2010, tornou-se secretário de comunicação do governo.
Tom Watson, parlamentar do Partido Trabalhista, diz que a carta deixa claro que os executivos do jornal não apenas sabiam dos grampos como quiseram esconder o caso, enganar a Justiça e mentir para o Parlamento.
Em nota, a corporação de Murdoch afirma que entende a gravidade das acusações e que continua a colaborar com as investigações.
(VM)


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