São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002

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EUA reagem com ceticismo a oferta

DA REDAÇÃO

Os EUA reagiram ceticamente à oferta do Iraque de permitir a volta de inspetores de armas da ONU incondicionalmente, dizendo que ainda querem uma resolução do Conselho de Segurança exigindo o desarmamento do país.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, afirmou que "uma nova e efetiva resolução do Conselho de Segurança que realmente lide com a ameaça que Saddam Hussein impõe" ainda era necessária. "Essa é uma medida tática do Iraque na esperança de evitar ações fortes do Conselho de Segurança. Como tal, é uma tática que vai fracassar", disse.
"Já tornamos muito claro que não negociamos com Saddam Hussein", afirmou o diretor de comunicações da Casa Branca, Dan Bartlett. "Estamos trabalhando com o Conselho de Segurança para definir a forma mais eficaz de atingir nosso objetivo."
Bartlett classificou a oferta do Iraque como uma tática cujo objetivo é "dar falsas esperanças à comunidade internacional de que ele [Saddam" está falando sério. Infelizmente, mais de dez anos de experiência com ele mostram que você pode confiar muito pouco em suas palavras ou atos".
O Reino Unido recebeu o anúncio com cautela. Um porta-voz do governo disse que "o regime de Saddam Hussein possui antecedentes de praticar jogos".
A Rússia, país que vinha exigindo a Bagdá que readmitisse os inspetores, adotou um tom quase comemorativo. "Graças a nossos esforços comuns, conseguimos evitar a ameaça de uma guerra e voltar aos meios políticos para resolver o problema iraquiano", disse o chanceler Igor Ivanov. "O mais importante é que os inspetores retomem o seu trabalho."

Custos da guerra
O secretário do Tesouro dos EUA, Paul O"Neill, disse ontem que o país pode pagar os custos de qualquer ação contra o Iraque, após um alto assessor do governo ter dito que o custo de uma ação para derrubar Saddam poderia chegar a US$ 200 bilhões. "Qualquer que seja a decisão [do presidente George W. Bush", teremos sucesso e condições de custear."
Em entrevista ao "The Wall Street Journal", Lawrence Lindsey, chefe do Conselho Nacional de Economia da Casa Branca, disse que o custo de uma guerra seria de até 2% do PIB dos EUA, hoje de cerca de US$ 10 trilhões anuais.
Segundo funcionários do governo, as estimativas de Lindsey são "prematuras". O valor, US$ 100 bilhões a US$ 200 bilhões, é bem maior que a estimativa de US$ 50 bilhões que circula no Pentágono.
Na Guerra do Golfo (1991), foram gastos US$ 58 bilhões, pagos por países do golfo e pelo Japão.


Com agências internacionais

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