São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Órgão nuclear da ONU cobra transparência de iranianos

AIEA diz que Teerã pode ter mais centrais não reveladas

DA REDAÇÃO

A Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) exige que o governo do Irã seja mais transparente em relação ao seu programa nuclear e teme que Teerã tenha mais instalações nucleares não reveladas.
A preocupação está levantada em relatório divulgado ontem pela agência nuclear da ONU -o primeiro sobre o Irã a ser publicado após a revelação da existência da central de enriquecimento de urânio nos arredores da cidade sagrada de Qom, no sul de Teerã.
Em setembro, Teerã anunciou à AIEA estar construindo uma usina nuclear, em meio a relatos de que serviços secretos ocidentais já haviam descoberto a existência da instalação.
Segundo o documento da AIEA, elaborado com base no relato da equipe de inspetores que visitou a central de Qom no mês passado, a instalação poderia entrar em operação até 2011, com tecnologia muito mais avançada do que a apresentada até agora pelo Irã.
A AIEA também afirma dispor de imagens de satélite provando que a usina de Qom começou a ser construída em 2002 -e não em 2007, como os engenheiros iranianos relataram aos inspetores.
De acordo com o relatório, o novo centro pode abrigar até 3.000 novas centrífugas, mas nenhuma se encontra atualmente no local.
O texto conclui que o centro "corresponde [em grande parte] às informações fornecidas pelo Irã", mas ressalta que "as explicações sobre o objetivo desta fábrica e a cronologia dos planos e de sua construção exigem maiores esclarecimentos".
Os Estados Unidos afirmaram que o relatório prova que o Irã não está cumprindo com suas obrigações internacionais.
O governo iraniano negou estar violando a legislação internacional e afirmou que o relatório prova que não há motivo de alarde acerca do seu programa nuclear. O Irã alega que sua intenção é que a central de Qom possa substituir a de Natanz, já operacional, caso a última seja atacada por Israel.
Teerã insiste em que suas instalações nucleares servem apenas para produzir energia e negocia com as grandes potências uma solução que lhe permita continuar enriquecendo urânio -o que tem direito a fazer sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, desde que em cooperação com a AIEA.

Com agências internacionais



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